São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995
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Mercado argentino cai 9,27%

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A Bolsa de Valores de Buenos Aires registrou ontem uma queda de 9,27%, a maior desde a adoção do Plano de Conversibilidade, em abril de 91. O anúncio do uso de títulos da dívida pública na privatização não melhorou a cotação das ações.
O mercado argentino teve um dos dias mais tensos desde a crise mexicana, com fortes rumores sobre desvalorização da moeda brasileira, o real, frente ao dólar.
A queda recorde da bolsa de Buenos de Buenos Aires ocorreu um dia depois de reunião do ministro da Economia, Domingo Cavallo, com empresários, banqueiros, economistas e sindicalistas.
No encontro, Cavallo anunciou um pacote fiscal que inclui a privatização de quatro hidrelétricas, três centrais nucleares e duas petroquímicas, suspensão de reajustes das pensões de aposentados e salários do funcionalismo público estatal.
Cavallo repetiu que a economia argentina é diferente da mexicana. Negou a intenção de desvalorizar o peso -por lei, a moeda argentina está congelada desde abril 94 (um peso vale um dólar).
O discurso de Cavallo continua fracassando no objetivo de reduzir as incertezas do mercado financeiro. Além da queda da bolsa, as taxas de juros chegaram a atingir a 30% ao ano.
Pagamentos
Mais do que a desvalorização do peso argentino, os empresários temem uma crise no balanço de pagamentos (registro de todas as operações econômico-financeiras realizadas por residentes de um país com residentes dos demais países) e quebradeiras no sistema financeiro.
Apesar da rede de socorro às instituições com problemas de liquidez coordenada pelo Banco Central, mais um banco, Finansur, está sob intervenção do BC.
Finansur é a terceira instituição financeira com atividades suspensas desde a crise mexicana, somando-se aos bancos Extrader e Finmark.
A queda de títulos da dívida pública e ações já atinge bancos de primeira linha, que não conseguiram escapar de perdas nos investimentos.

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