São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Professores observam falhas

DA REPORTAGEM LOCAL

A prova de física da Fuvest foi considerada difícil e trabalhosa por professores de cursinhos.
José Roberto Castilho Piqueira, 42, coordenador de física do Anglo Vestibulares, achou o exame de alto nível.
"Não foi trivial, mas foi adequada para fazer a seleção proposta. Os alunos que vão para a Poli (Escola Politécnica da USP) e para a Pinheiros (Faculdade de Medicina da USP) devem ser criteriosamente selecionados", disse.
Segundo ele, houve um probleminha na questão 7. "Tenho certeza de que foi um erro de gráfica, saiu 'R=8J/mol', quando o correto é 'R=8J/molK'. Isso pode ter prejudicado o aluno que percebeu".
Piqueira também achou a prova pouco abrangente. "Com dez questões divididas em itens, poderia abranger mais temas. Não foi pedida nenhuma questão de ótica", comentou.
"Há questões boas e criativas, como a décima, que cobrava conhecimento integrado dos candidatos, reunindo cinemática, eletrostática e magnetismo."
Os professores do CPV Vestibulares consideraram o exame de física difícil e de nível elevado.
"Os alunos que vão para a Poli devem ser bem selecionados, mas aqueles que estão prestando arquitetura não precisam de uma prova desse nível", afirmou Geraldo José Rodrigues, 37, professor de física do CPV.
Para eles, a prova foi muito trabalhosa e pouco abrangente. "Há quase duas horas eu e um outro professor estamos resolvendo a prova e ainda não terminamos. Imagine um candidato sozinho. Ele tinha apenas três horas", comentou ontem à noite o professor.
Número de itens
O número de itens também tornou a prova mais trabalhosa, segundo o coordenador de física do Objetivo, Eduardo Figueiredo, 52. "Havia no mínimo dois e, no máximo, três itens por pergunta."
"Não houve nenhuma questão de graça", disse Figueiredo, que fez uma observação sobre a questão 5: "Faltou indicar que a aceleração da gravidade era um dado do exercício".
Sobre a questão 9, ele disse que a prova fornecia indicação incorreta de polaridade. "Mas todos esses problemas foram gráficos, que não afetam o desempenho do aluno."
A prova, para Eduardo Figueiredo, deve servir para selecionar os alunos melhor preparados, porque apresentou questões inéditas e bem elaboradas. "Foi uma prova bem conceitual."

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