São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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"Perdidos na Praia" evoca amizade

ANA PAULA ALFANO
DA REDAÇÃO

Peça: Perdidos na Praia
Autor: Léo Lama
Direção: Fauzi Arap
Elenco: Taumaturgo Ferreira e Léo Lama
Onde: Auditório Augusta (r. Augusta, 943, tel. 257-7575)
Quando: Hoje às 21h, quinta a sábado às 21h, domingo às 20h
Quanto: R$ 10,00 (quinta e domingo), R$ 12,00 (sexta) e R$ 15,00 (sábado)

No dia em que estréia "Navalha na Carne", peça de Plínio Marcos em nova montagem, seu filho Léo Lama estréia como ator em "Perdidos na Praia", história da qual é também autor.
Com o ator Taumaturgo Ferreira completando o elenco e direção de Fauzi Arap, o espetáculo entra em cartaz às 21h no Auditório Augusta.
A idéia da montagem surgiu em 1992, quando Léo Lama passou alguns meses em Maresias, litoral norte de São Paulo.
Léo escreveu a peça e começou a apresentá-la para amigos. Taumaturgo Ferreira e Fauzi Arap gostaram muito da montagem e propuseram levar o projeto adiante.
"Perdidos na Praia" conta a história de dois amigos, Airton (Ferreira) e Emerson (Lama), que já tentaram todo tipo de sociedade, de pastelaria a telegrama falado, mas sempre faliram.
O avô de Emerson, misto de lunático e bruxo numa cidade de praia, morre e deixa sua livraria para o neto, além de um livro supostamente escrito por ele –o "livro mágico do sucesso".
Emerson não acredita na existência do tesxto do avô e acha loucura a idéia de manter uma livraria numa praia deserta.
Mas para Airton, segundo Ferreira "um louco", ela é a chance que precisavam para ficarem ricos. Eles mantém o negócio e tentam encontrar o tal livro.
"No fundo, a peça tem como fio condutor a amizade. Fala de como sair da crise com humildade, fé e humor", diz Ferreira.
Para ele, a busca pelo livro mágico nada mais é do que "a busca do eu de cada um".
Léo Lama diz que para ele é um privilégio trabalhar com o diretor Fauzi Arap, que tem uma história ligada aos trabalhos de seu pai Plínio Marcos.
Arap estreou como ator em 1961 em "Dois Perdidos Numa Noite Suja", peça de Marcos, e dirigiu "Navalha na Carne" na montagem com Tônia Carrero, em 1967.
O nome original, "Livraria do Sucesso", foi trocado por "Perdidos na Praia" por sugestão de Arap para homenagear Plínio Marcos, em alusão a "Dois Perdidos Numa Noite Suja".
O nome dos ladrões que assaltam a livraria, Tonho e Paco, também foram copiados dos protagonistas de "Dois Perdidos...".
Léo Lama diz que não se importa de ver o público reconhecer estes elementos na sua peça. "É a intenção. É uma homenagem a meu pai."
O cenário do espetáculo é assinado por Márcio Medina, que atualmente trabalha com o diretor polonês Jerzy Grotowski, na Itália.
Léo Lama e Taumaturgo Ferreira já trabalharam juntos em "Dores de Amores", de 1989, último trabalho de Ferreira nos palcos. Lama ainda escreveu "Os Mocorongos", em 93.

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