São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995 |
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Covas anuncia privatização às escuras CARLOS MAGNO DE NARDI CARLOS MAGNO DE NARDI; AMÉRICO MARTINS
Em entrevista coletiva concedida ontem, nem o governador nem os secretários da Fazenda, Yoshiaki Nakano, e do Planejamento, André Franco Montoro Filho, souberam dizer se a empresa apresentou lucro ou prejuízo no ano passado. Nem mesmo a assessoria da Secretaria da Agricultura, à qual a empresa é subordinada, soube dar informações sobre a companhia. A decisão contraria o discurso do próprio governador sobre privatizações. Ele tem dito que apenas empresas estatais ajustadas economicamente podem ser vendidas à iniciativa privada. A justificativa apontada por Covas é a de que a presença do Estado é "dispensável" na área de atuação da Codasp. A empresa dá apoio técnico e aluga equipamentos para agricultores. Com cerca de 1.000 funcionários, ela substituiu a antiga Caic (Companhia Agrícola, Imobiliária e de Colonização) no governo Orestes Quércia (87 a 91). O projeto de privatização da empresa será o primeiro a ser encaminhado pelo governo Covas à Assembléia Legislativa. A decisão de anunciar a disposição de privatizar a Codasp foi a forma encontrada por Covas para combater a sua imagem de estatizante. Ele tem sido criticado por apresentar resistências à venda do Banespa. Durante a entrevista de ontem, o governador voltou a discordar das posições do presidente do Banco Central, Pérsio Arida, crítico da permanência de instituições financeiras nas mãos dos Estados. O governdor apresenta hoje informações sobre a situação financeira da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) durante a primeira audiência pública a ser realizada pelo governo do Estado. Nossa Caixa O ex-collorido Geraldo José Gardenali, 42, é o novo presidente da Nossa Caixa Nosso Banco. O anúncio foi feito ontem pelo governador Mário Covas. Economista com mestrado na Fundação Getúlio Vargas, Gardenali foi secretário da Fazenda Nacional do ministério da Economia no governo do ex-presidente Fernando Collor. Antes disso, ele já havia participado do governo José Sarney como secretário especial de Análise Ecnômica. Segundo Covas, Gardenali assume com o compromisso de solucionar os problemas de crédito da instituição, à qual apenas o governo do Estado deve hoje cerca de R$ 2 bilhões. Texto Anterior: Bancários protestam contra intervenções Próximo Texto: TV investiga transmissão involuntária Índice |
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