São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
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Reitor da USP diz que 'parque' acabou

ROGÉRIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O reitor da USP, Flávio Fava de Moraes, 56, disse ontem que a universidade não promoverá mais shows, competições ou qualquer tipo de evento que atraia público.
"Não vamos fazer como a administração anterior, que transformou o campus em um parque", afirmou Fava. Ele se refere ao projeto "USP-Comunidade", patrocinado pelo Banco Real, que tinha como objetivo principal atrair a população para a USP nos fins-de-semana.
Fava disse que a reitoria e a prefeitura do campus foram "mal-compreendidas", quando manifestaram a intenção de fechar os portões nos finais de semana.
Segundo Fava, a medida é apenas temporária, motivada pelas obras que estão sendo realizadas dentro da universidade. O prefeito do campus, Antonio Rodrigues Martins, 54, disse na terça-feira que o fechamento deve durar, no mínimo, seis meses.
Fava reafirmou, no entanto, a intenção da USP de restringir o acesso ao campus, mesmo após o término das obras.
Para o ex-reitor Roberto Leal Lobo e Silva Filho, 56, em cuja gestão se iniciou o projeto "USP-Comunidade", é dever da universidade servir à população. "A USP vive do dinheiro público, do ICMS", afirmou. Leal Lobo diz que a reitoria deveria "aumentar a fiscalização e o policiamento e não fechar o campus."
Para o também ex-reitor (86-90) José Goldemberg, 66, é preciso haver restrições, mas o acesso ao campus não deve ser proibido.
"A reitoria poderia adotar um esquema de zoneamento, permitindo o acesso às áreas que possuem infra-estrutura adequada", disse. Ele cita a praça do Relógio, no centro do campus, como exemplo.
Segundo Fava, durante o fechamento do campus a praça passará por reforma. A prática de futebol deve ser proibida no local.
"A praça do Relógio não foi feita para se jogar futebol. É por isso que ela se encontra tão deteriorada", disse Fava.
Para ele, a USP deve receber visitantes que "venham andar, passear, namorar ou conversar, que não estraguem o campus."
O campus fecha amanhã, a partir das 14h, e reabre somente segunda-feira, às 4h30. O acesso ficará restrito aos alunos e funcionários da USP, através do portão principal, na rua Alvarenga.
(Rogerio Wassermann)

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