São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Organizações têm de mudar para sobreviver

DA REPORTAGEM LOCAL

O professor de administração Geraldo Caravantes, da Fundação Getúlio Vargas (São Paulo) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi o palestrante do primeiro debate da série "A Busca da Qualidade Total" neste ano.
A série, uma iniciativa da Folha, tem como objetivo estimular a reflexão acerca dos novos métodos de gestão empresarial.
O auditório da Folha lotou na palestra de Caravantes, que também preside o Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul. O tema foi "Reengenharia, Readministração e Brasil". Na platéia, executivos, administradores, estudantes e empresários.
Caravantes procurou explicar o seu conceito de readministração e relacionar as novas técnicas de gerenciamento de empresas com o atual momento da economia brasileira e internacional.
Para ele, "quando se pensa em reengenharia e readministração, o ponto essencial é compreender a contínua mudança do mundo moderno. As organizações precisam sempre mudar. Se elas não mudam, não têm futuro".
Por mudança, Caravantes compreende o conjunto de modificações que acontecem em vários campos (social, político, ecológico, gerencial e etc).
"Estas mudanças determinam o comportamento de empresas e indivíduos. Se as organizações não entendem o conteúdo dessas transformações, elas se tornam velhas e obsoletas", afirmou.
Ênfase no indivíduo
Para Caravantes, o indivíduo é a chave de todo processo organizacional. "E é exatamente o indivíduo que precisa estar atento para o mundo em contínua mudança". Para ele, as pessoas têm de aprender sempre para estarem sintonizadas com a contemporaneidade.
A gestão moderna é cada vez mais desempenhada pelo indivíduo preparado para exercê-la. Não há mais espaço para o gerente "exclusivamente intuitivo".
O mundo, cada vez mais interligado, faz com que a informação passe a ser a matéria-prima do executivo moderno.
O segredo empresarial está relacionado à capacidade do executivo de se antecipar aos acontecimentos, fazendo com que as instituições respondam rápida e adequadamente às novas necessidades.
Caravantes procurou diferenciar o conceito de readministração da noção de reengenharia. Para ele, a reengenharia procura apenas vantagens competitivas imediatas e de curto prazo, enquanto a readministração garante uma visão integrada e de longo prazo.
"Além disso, enquanto na reengenharia os recursos humanos devem se adaptar aos processos de mudança, na readministração os recursos humanos são o elemento essencial de qualquer mudança."
Caravantes, que sorteou entre os presentes um exemplar do seu livro "Reengenharia ou readministração?", sintetizou, no final da exposição, os ingredientes de uma boa administração.
São eles: visão do ambiente, definição da finalidade da organização, comportamento humano na organização, recursos materiais e resultados socialmente relevantes que se deseja atingir.
"No Brasil, mais do que nunca, é preciso ter responsabilidade social. O empresário precisa saber que, mais importante do que a produção, é a pessoa humana".

Texto Anterior: Rendimento diário diminui
Próximo Texto: Ciclo novo tem debate amanhã
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.