São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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Prepare seu bolso para o seguro do carro

FRANCISCA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem fizer ou renovar o seguro de seu carro este mês vai constatar um aumento significativo no preço das apólices em relação a janeiro do ano passado.
Naquele mês, garantir um veículo novo custava de 2,58% a 5% de seu valor. Hoje, os percentuais estão entre 5,10% e 10,10%.
Esse aumento não está relacionado à elevação de margem de lucro da empresa, diz Heitor Ohara, gerente da carteira de automóveis da Itaú Seguros.
Segundo ele, a alta do preço das apólices se deve ao crescimento do índice de sinistralidade –acidentes e roubos–, que subiu 17% em 94 em São Paulo.
Além disso, o custo de peças e mão-de-obra aumentou cerca de 30% na virada da URV para o real, diz Ohara.
Hoje, para cada R$ 100 de indenização, R$ 70 são decorrentes de roubo e R$ 30 de colisão (oficina e peças). Há alguns anos, a divisão era R$ 30 para roubo e R$ 60 para colisão.
Atualmente, muitas seguradoras estão descapitalizadas. Por isso, é bom tomar alguns cuidados na hora de renovar ou fazer o seguro, explica Antonio Penteado Mendonça, advogado e consultor de seguros.
A primeira providência é pedir ao corretor alguns dados sobre a empresa: quanto ela ganhou ou perdeu e qual a composição de seus custos.
O tamanho da seguradora não é importante. "O que importa é o perfil da companhia dentro da sua atividade", afirma Mendonça.
O ideal é que a soma das despesas com sinistro, as comerciais e o custo de administração não supere o faturamento total da empresa.
"No Brasil se admite que seja até dez pontos percentuais maior, não mais que isso", diz Mendonça. Segundo ele, qualquer bom corretor tem acesso a esses dados e deve informá-los ao segurado.
Outro cuidado a ser tomado diz respeito aos contratos. Geralmente eles são padronizados, mas é bom ler com atenção. Confira a franquia, o valor da apólice, o juro que está sendo cobrado e a comissão que você paga ao corretor.
A apólice ideal deve ter cobertura para terceiros com importância segurada para danos materiais correspondente a no mínimo o preço de um carro "popular", mais cobertura para danos pessoais três vezes superior a esse valor, diz Mendonça.

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