São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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Ano começa com chances de contratação

JOSÉ VICENTE BERNARDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de trabalho iniciou o ano com uma movimentação considerada atípica por analistas e representantes dos principais setores da economia ouvidos pela Folha.
Vendas aquecidas após o Natal, implantação do Mercosul, crescimento da indústria automobilística e intervenções em bancos estatais são alguns dos fatores que indicam as melhores e piores perspectivas de trabalho para este ano.
Pela primeira vez na década, o nível de emprego na indústria paulista cresceu em dezembro. Na primeira semana de janeiro, foram 3.661 contratações, o que não ocorria há dez anos –janeiro é considerado mês de demissões.
Segundo Horácio Piva, diretor do Departamento de Pesquisas da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), os setores que abriram vagas vão continuar contratando no início de 95 e os que demitiram vão demitir menos.
"O comércio cresceu muito de agosto a dezembro e está aquecido de forma atípica para esta época", afirma o consultor Arthur Luloian Antranig, 50, sócio-fundador do Ibae (Instituto Brasileiro de Assuntos Estratégicos).
Segundo a FCESP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), o faturamento em dezembro de 94 foi 35% maior do que em dezembro de 93 na região metropolitana de São Paulo.
Para Jean-Claude Silberfeld, 38, assessor econômico da FCESP, a chegada da rede norte-americana de supermercados Wal-Mart, a expansão de shoppings e de lojas de utilidades domésticas devem aumentar o nível de emprego.
Administrador de comércio é considerado um profissional raro e com grandes chances de sucesso. No setor de prestação de serviços, profissionais de marketing, informática, atendimento e prospecção de clientes terão maiores oportunidades (veja arte ao lado).
O turismo é apontado como atividade de maior potencial de crescimento –a estabilidade da moeda estaria aumentando o poder de compra da população, permitindo maior acesso a pacotes turísticos.
As previsões também são otimistas no sistema de franquias. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), as franquias "formatadas" –que têm seu funcionamento plenamente estruturado, como as de fast food– devem passar de 23 mil para 33 mil unidades, criando cerca de 55 mil novos empregos.
Até dezembro de 94, as franquias "formatadas" eram responsáveis por 194 mil postos de trabalho. Esse número representa 25% do total de empregos do sistema. Profissionais de operação e atendimento a clientes serão os mais requisitados.

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