São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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Copa SP usa experientes 'andarilhos' de 20 anos

MÁRIO MOREIRA

MÁRIO MOREIRA; WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

A atual Copa São Paulo de Futebol Júnior vem revelando jogadores até então desconhecidos do grande público, mas que, muitas vezes, acumulam mais experiência do que atletas profissionais.
São verdadeiros "andarilhos" do futebol. Com 20 anos, no máximo, já atuaram em três ou mais clubes, até mesmo do exterior.
Esse fenômeno é observado sobretudo nos times do Palmeiras e do Corinthians. Em cada um, há três jogadores com passagens por pelo menos dois outros times.
Destaque palmeirense na Copa São Paulo, o meia Adriano começou em 89, no próprio Palmeiras. Em 94, esteve emprestado ao Atlético Ibirana (SC) e ao Esportivo de Bento Gonçalves (RS).
Para ele, os dois períodos serviram como uma espécie de estágio. "No sul, o futebol é mais guerreiro e força você a marcar. Eu tinha deficiência nesse aspecto e agora, pelo menos, participo", diz.
Sandro, 20, também começou no Palmeiras, em 1990. No ano seguinte, foi para o Taubaté, onde passou dois anos entre os juvenis.
Aos 18, profissionalizou-se no Garça, da cidade de mesmo nome (423 km a noroeste de São Paulo). Em 94, foi cedido ao Nacional para a disputa da Copa São Paulo.
Agora, o Garça o emprestou ao Palmeiras. "Se não me quiserem aqui, já tenho tudo acertado para jogar no Japão", conta Sandro. "Pular de galho em galho é que dá experiência", teoriza.
O mais viajado entre os palmeirenses, é Rodrigo, 19. Começou nos infantis do Guarani e depois passou para o XV de Piracicaba.
Em 92, transferiu-se para o Marítimo, de Portugal. Apesar de já profissionalizado, conquistou pelo clube o campeonato português de juniores no ano seguinte.
Foi emprestado então ao Desportivo da Ilha da Madeira, onde ficou seis meses. Em setembro de 94, acabou vendido ao Palmeiras.
No Corinthians, o "andarilho-mor" é o meia Sandro, 19. Ele começou aos 16, nos juniores do Radium de Mococa. Um ano depois, estava entre os profissionais.
Aos 18, teve uma passagem rápida pela Francana. De volta ao Radium, foi emprestado ao São Caetano, pelo qual disputou o Campeonato Paulista da série A-2.
Em agosto do ano passado, o técnico Pupo Gimenez o levou para o Corinthians.
"A vantagem de passar por clubes do interior é que você tem mais chances de atuar nos times principais, enfrentar adversários mais experientes e se desenvolver como jogador", diz Sandro.
Já o volante Ricardo, 20, só atuou em clubes grandes. Começou nos juvenis do Flamengo em 91. Em 92, dispensado, acabou no Atlético-MG.
Em julho de 94, o supervisor Mário Travaglini o chamou para o Corinthians.
Outro "andarilho" é o atacante corintiano Webster, 19. Cearense de Juazeiro, começou aos 15 anos nos juniores do Guarani local.
Dois anos depois, foi para o Ferroviário de Fortaleza, onde ficou apenas um mês. Em meados de 93, um "olheiro" do Rio Branco o conduziu para Americana, em São Paulo.
O jogador está emprestado ao Corinthians somente pelo período da Copa São Paulo, com passe fixado em R$ 500 mil.
Webster também considera vantajoso circular por muitos clubes. "Já trabalhei com diversos treinadores, cada um com seu estilo. Aprendo com todos", garante.

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