São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995
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Chuvas e vendaval castigam SP

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FOLHA SUDESTE

Cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem luz em São Paulo devido às chuvas de sexta-feira e de sábado. Segundo a Eletropaulo, a chuva causou 4.875 defeitos na rede elétrica. Em algumas regiões a interrupção durou mais de 24 horas. O telefone 196, da Eletropaulo, recebeu 31 mil chamadas.
Nas zonas norte e oeste da cidade e de três municípios da região metropolitana (Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato), cerca de 1,3 milhão de moradores ficaram sem água a partir de sábado à noite. O abastecimento nessas regiões seria normalizado hoje.
Ao todo choveu 48,2 milímetros em São Paulo na sexta-feira e no sábado. Isso corresponde a aproximadamente 20% da média histórica em janeiro, de 238,7 mm.
"Os ventos dirigiam-se do Pacaembu no sentido do Butantã arrastando árvores e derrubando tudo o que estivesse à frente", disse Antoninho Borghi, da Eletropaulo.
O muro que separa a Cidade Universitária da marginal Pinheiros foi derrubado e carregado pelo vento. No sábado, a chuva foi mais intensa e durou mais tempo. Das 15h30 às 22h choveu 37 mm.
Houve enchentes na zona leste. As águas do córrego Aricanduva subiram, expulsando centenas de famílias de suas casas. As águas cobriram toda a avenida Aricanduva, parte da avenida do Estado e as ruas ao redor.
Na casa de Maria José Alves foram inutilizados televisão, videocassete, geladeira, móveis e colchões. "É a terceira vez que a água sobe este verão", afirmou.
O Corpo de Bombeiros atendeu 166 ocorrências durante as chuvas de sábado em São Paulo, movimento 30% acima do normal.
Entre as 16h de sábado e a 0h de domingo, os bombeiros resgataram 15 pessoas ilhadas em casas e ruas, retiraram três automóveis de rios e desobstruíram oito ruas.
Na zona norte, a falta d'água foi causada por um defeito provocadp pela falta de energia elétrica na estação elevatória de Vila Brasilândia, que abastece a região.
Na zona oeste, 500 mil moradores de Higienópolis, Jardins, Cerqueira César, Sumaré, Alto de Pinheiros e Lapa ficaram sem água desde as 22 horas de sábado. O abastecimento na região só seria normalizado hoje pela manhã.
Na região do ABCD, o jogo da equipe de vôlei feminino Cepacol/São Caetano contra o Nova Era/Datasul no sábado à tarde foi interrompido por uma hora por causa de uma chuva de granizo.
O granizo quebrou o vidro que reveste o Ginásio Milton Feijão, em São Caetano, e os cacos caíram na quadra e nas arquibancadas.
Campinas
Duzentos e quarenta casas e barracos foram alagados anteontem à noite durante a pior chuva, em termos de estragos, nos últimos dez anos em Campinas (SP).
A avaliação é da Defesa Civil do município, que registrou 2.500 chamados de pessoas sob risco –número duas vezes e meia maior que o normal.
O temporal, uma chuva de verão com granizo, atingiu a cidade por volta das 18h30 de sábado e durou até as 20h30. A chuva, em menor intensidade, persistiu madrugada adentro.

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