São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995
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Tchetchenos resistem em Grozni

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Combatentes tchetchenos lutam quarto por quarto contra tropas russas na disputa pelo controle de prédios na capital da Tchetchênia. Eles ainda mantêm domínio sobre o palácio presidencial, considerado símbolo da resistência.
Segundo agências de notícias russas, Ovlur Dudaiev, filho do líder tchetcheno Djokhar Dudaiev, morreu por causa de ferimentos de combate e foi enterrado no sábado. A informação não foi confirmada.
O centro de Grozni continua sob intenso bombardeio da artilharia russa, que invadiu a república autônoma do Cáucaso há cinco semanas para acabar com a tentativa de independência.
O palácio presidencial, no centro da capital, está em chamas e muito danificado pelos bombardeios. "Parece que aqueles que ainda permanecem no prédio estão determinados a morrer lá", disse um oficial russo.
Fogo de franco-atiradores e armas leves indicam que os russos ainda mantêm posições no centro da cidade.
Segundo a agência "Reuter", os combates registrados ontem foram menos intensos que os das últimas semanas.
"Capturamos cerca de 30 prisioneiros. Há fuzileiros navais russos em alguns dos prédios", afirmou Akhmed Kadivo, 30, líder de uma gangue de combatentes.
"Eles (russos) nos chamam de bandidos, mas eles são um verdadeiro Exército e nós estamos levando vantagem. Bandidos não vencem exércitos", disse Kadivo, que voltava após combater no palácio presidencial.
Máfias tchetchenas são vistas pelos russos como responsáveis pela expansão do crime organizado no país.
Em Nazran, capital da vizinha Inguchétia, o líder do Conselho dos Idosos da Tchetchênia disse que Ovlur Dudaiev foi enterrado.
"Morreu quando defendia Grozni", disse Said-Akhmed Adizov, de acordo com a agência "RIA". Não há informações sobre a idade de Ovlur ou sobre onde ele foi enterrado.
Chegou ontem a Vladikavkaz (Ossétia do Norte) o primeiro avião de suprimentos de emergência da ONU para refugiados do conflito, que já expulsou mais de 130 mil pessoas de suas casas.
O ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) denunciou restrições ao trabalho humanitário por parte de militares russos.
Uma missão de reconhecimento recebeu permissão para apenas uma viagem à Inguchétia –para onde mais de 80 mil tchetchenos fugiram.

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