São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 1995
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Cultura tenta evitar demissões do Baneser

ELVIS CESAR BONASSA
DA REDAÇÃO

O funcionários do Baneser que trabalham na Secretaria da Cultura querem que o governo suspenda a demissão coletiva na área. Em carta aberta divulgada ontem, eles propõem a realização de uma auditoria para identificar funcionários fantasmas –e demitir imediatamente apenas esses.
Organizados como "Movimento dos Trabalhadores do Baneser/Secretaria da Cultura", os funcionários argumentam que, se for efetivada, a demissão coletiva paralisará as atividades culturais do Estado –já que cerca de 70% dos funcionários da área (1.507) pertencem ao Baneser.
O próprio secretário da Cultura, Marcos Mendonça, está tentando resisitir à decisão do governador Mário Covas de dispensar imediatamente todos os funcionários contratados através do Baneser –uma subsidiária do Banespa que fornece pessoal ao Estado, cobrando taxa de administração de 20%.
A Folha apurou que o secretário ainda não enviou ao Palácio dos Bandeirantes a sua lista de funcionários –com isso, nenhum deles recebeu ainda o aviso prévio.
A secretaria –como solicitam os funcionários na carta– está fazendo auditoria para identificar fantasmas e solicitar essas demissões primeiro. Depois, vai pedir a Covas que segure o resto do pessoal até encontrar uma solução definitiva.
Na carta aberta, os funcionários apóiam a extinção do Baneser, mas criticam "qualquer forma de gestão que signifique a privatização dos serviços culturais".
É uma crítica à proposta de criação de cooperativas, apresentada por Mendonça. Essas cooperativas congregariam os funcionários demitidos e seriam contratadas para prestar serviços para a secretaria.
Segundo Sérgio Corrêa, do comando do movimento, os funcionários consideram essa opção inadequada. Como alternativa, eles querem que seja criada uma fundação, sem fins lucrativos.
"O programa de governo de Covas prevê a criação da Fundação Estadual de Cultura. Queremos que ela seja criada e abra concurso para contratar funcionários", diz Sérgio Corrêa.

Assinam a carta aberta: Departamento de Artes e Ciências Humanas, Teatro Sérgio Cardoso, Divisão de Casas de Espetáculo, Departamento de Museus e Arquivos, Museus do Interior do Estado, Arquivo do Estado, Paço das Artes, Pinacoteca, Museu da Casa Brasileira, Museu da Imigração, Museu da Imagem e do Som, Museu de Arte Sacra, Casa das Rosas, Departamento de Formação Cultural, 13 Oficinas Culturais, Condephaat, Centro de Recursos Humanos, Grupo de Planejamento Setorial, Departamentos Regionais da Cultura, Universidade Livre de Música, Coral Sinfônico do Estado, Assessoria de Obras, Assessoria de Imprensa.

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