São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
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Queda nas vendas faz Ford desativar fábrica mexicana

SONIA MOSSRI
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Ford anunciou ontem que vai fechar temporariamente uma fábrica no México, devido à grande queda nas encomendas. Na semana passada, a Volkswagen e a Mercedes Benz, além do grupo Dina, fabricante de ônibus e caminhões, também anunciaram o fechamento de unidades mexicanas.
A demanda por carros no país vem caindo desde 19 de dezembro, início da crise cambial mexicana, apesar de uma inicial correria para comprar veículos antes da desvalorização do peso.
Os veículos montados no México podem conter até 66% de peças importadas, mas esse limite quase sempre é excedido. Desde 19 de dezembro, o peso já se desvalorizou 34%, fazendo com que o custo dos componentes importados puxassem para cima o preço final do carro em 23%.
Tesobônus
A economia mexicana passou ontem por uma prova decisiva quando os investidores compraram uma emissão completa de bônus do governo no valor de US$ 400 milhões.
Os bônus com vencimento de 91 dias foram vendidos a 19,75% de juros anuais, de 182 dias a 19,74% e de 364 dias a 19,75%. Os papéis de 91 dias subiram 0,25% em relação à semana passada, enquanto os de 182 e 364 dias aumentaram 7,63% e 10,14%, respectivamente.
A boa notícia deu um ligeiro impulso ao peso e ao mercado de valores, mas os preços sofreram oscilações. O dólar caiu de 5,55 para 5,25 pesos e, em seguida, voltou a subir para 5,45 durante as transações matutinas. No final das negociações, foi cotado a 5,30, ante os 5,50 anteriores, segundo o Banco do México. A Bolsa de Valores operou em alta durante boa parte do pregão, mas fechou com queda de 1,49%.
Argentina
Apesar das especulações do mercado financeiro sobre a real condição das reservas cambiais, a bolsa de Buenos Aires teve alta ontem de 1,65%.
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, está de olho na política cambial brasileira. Segundo a Folha apurou, a assessoria de Cavallo teme mudanças que possam encarecer as importações argentinas, como uma eventual desvalorização do real.
A equipe de Cavallo considera que a equipe econômica brasileira está na direção certa ao programar apenas para o final de 95 a paridade R$ 1,00 por US$ 1,00.

Colaborou SONIA MOSSRI, de Buenos Aires

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