São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
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Dini apresenta novo governo italiano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro Lamberto Dini apresentou ontem o novo governo italiano, o 54º desde a Segunda Guerra Mundial.
À noite o novo governo tomou posse na presença do presidente Oscar Scalfaro –até agora Dini era premiê indicado, enquanto o governo era exercido pelo demissionário, Silvio Berlusconi.
Dini disse estar formando um governo de tecnocratas. Ele afirmou que os objetivos do governo são reduzir o déficit, reformar o sistema de pensões e o eleitoral e preparar leis contra monopólios.
Com exceção de Dini, que foi ministro do Tesouro do governo anterior, nenhum dos 21 integrantes do gabinete participou da administração Berlusconi.
Dini vai acumular a chefia do governo com a pasta do Tesouro, enquanto Susanna Agnelli, irmã do dono da Fiat, será ministra das Relações Exteriores.
O ministro indicado do Comércio Exterior, Gaetano Rasi, disse que não participará do governo. Professor universitário, Rasi era coordenador econômico da neofascista Aliança Nacional.
O indicado para os Transportes, Antonio Marzano, também renunciou antes de ser formalmente empossado.
O novo governo tem até dez dias para se submeter a um voto de confiança no Parlamento.
Ontem mesmo, os partidos que compunham o governo anterior declararam que votarão contra o gabinete Dini –eles querem convocação de eleições antecipadas.
Cesare Previti, coordenador da Força Itália –de Berlusconi–, fez o anúncio pouco depois de uma reunião do Pólo da Liberdade.
Integrantes da direção dos partidos aliados a Berlusconi –a neofascista Aliança Nacional, o Centro Democrata Cristão e os reformadores de Marco Pannella– participaram da entrevista coletiva.
O líder da Refundação Comunista, Fausto Bertinotti, disse que seu partido também será oposição.
Aos 63 anos, Lamberto Dini chegou à chefia do governo italiano apenas oito meses depois de entrar na política.
Ex-vice-presidente do Banco da Itália, Dini foi escolhido por Silvio Berlusconi para o Ministério do Tesouro em maio.
Economista sem filiação partidária, Dini é o segundo ex-funcionário do banco central italiano a chegar ao cargo de primeiro-ministro –o anterior foi Carlo Azeglio Ciampi, em 1993.

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