São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995 |
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Projeto está parado no Senado desde 1992
SILVANA QUAGLIO
Alguns fatos conspiraram contra a aprovação no Senado. O de maior peso foi a falta de empenho do então presidente, Itamar Franco, que não via com simpatia o que parecia ser uma privatização branca da prestação de serviços em setores na mão do governo. Os seguidos escândalos envolvendo o Executivo e o Congresso –impeachment do presidente Collor e cassação de parlamentares– também ajudaram a obstruir a votação do projeto. No fim do ano passado, a eleição que renovaria dois terços dos senadores provocou o corpo mole definitivo dos parlamentares e manteve as concessões na gaveta. Muitos temiam que o comprometimento com questão tão polêmica pudesse prejudicá-los eleitoralmente. O forte lobby do setor elétrico, capitaneado por presidentes de concessionárias estatais e engrossado pelos eletricitários, conquistou sua vitória. Conhecedor do interesse do governo FHC na aprovação do projeto, o setor elétrico forçou um recuou do governo no prazo das concessões em andamento. Foi o sinal para que entrasse em campo outro poderoso lobby, o do setor de transportes. Numa rápida articulação, aproveitou a posição de partidos de esquerda pelo adiamento das discussões para arrancar também o seu quinhão e tentar manter por mais tempo as concessões. Mesmo obrigado a recuar, o governo FHC comprova uma velha tese: o ritmo do Congresso depende do grau de envolvimento e do interesse do Executivo na aprovação de projetos. Texto Anterior: Governo cede à pressão do setor de transportes Próximo Texto: Câmara anistia Lucena por 253 a 110 votos Índice |
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