São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prorrogação de convênio opõe militares e Estado

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Forças Armadas e governo estadual divergem quanto à renovação do convênio que criou a Operação Rio. Os militares querem parar de ir às favelas. O Estado quer o Exército no morro até o fim do fevereiro porque o secretário de Segurança, Euclimar da Silva, não confia nas polícias Civil e Militar.
O impasse será discutido amanhã no Rio entre o governador Marcello Alencar (PSDB), 69, e o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), 63. Alencar pedirá a prorrogação.
Segundo Alencar, será o tempo necessário para que a estrutura da secretaria esteja implantada. O convênio, renovado no início do mês, vence no próximo dia 31.
General da reserva, Silva defende a prorrogação. A assessores, diz que ainda não teve tempo de confiar na "tropa".
Ele ficou particularmente irritado ao ser alvo, anteontem, de chacotas anônimas irradiadas pelo sistema interno de comunicações das polícias Civil e Militar.
A idéia dos militares –entre eles o general Edson Mey, comandante militar do Leste– é manter a serviço do Estado os centros de inteligência das Forças Armadas.
Desta forma, os militares manteriam o trabalho de apoio às polícias, mas evitariam o desgaste de ocupar favelas para, horas depois da retirada, os traficantes voltarem aos pontos de venda de drogas.
A fim de reforçar a tese contrária à dilatação do prazo do convênio, os militares começarão a transferir para a PM um grupo de mil soldados do Exército.

Texto Anterior: Governo mineiro tem 22 mil 'fantasmas'
Próximo Texto: Operação apreende 12 fuzis
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.