São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bienal deve reeleger sua diretoria hoje

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

A eleição da diretoria da Fundação Bienal será realizada hoje, às 18h. Apenas uma chapa concorre, formada pelos mesmos diretores da gestão anterior: o banqueiro Edemar Cid Ferreira (presidente), o editor Pedro Paulo Sena Madureira (vice) e os publicitários Jens Olesen e Altino Barros.
O crítico Nelson Aguilar permanece como curador, com o cargo de curador-geral. O crítico Agnaldo Farias será curador-adjunto.
Em dezembro do ano passado, Aguilar declarou à Folha que não aceitaria o cargo de curador da Bienal se a diretoria fosse reeleita, por causa do desgaste provocado pela montagem da 22ª Bienal Internacional, que reuniu 231 artistas de 70 países. "Um curador só é pouco", disse.
Anteontem Aguilar afirmou à Folha que decidiu continuar como curador porque tem agora a ajuda de Farias. "Agora sim é possível trabalhar", diz.
Segundo ele, não vai haver nenhuma divisão de trabalho definida. "Eu e o Agnaldo vamos trabalhar nos mesmos eventos. Dependendo dos compromissos, cada um executa sua tarefa."
Aguilar diz que Farias tem maior conhecimento de "funcionamento institucional", devido à sua carreira como curador de museus e assessor da Secretaria de de Estado da Cultura. "Isso vai me ajudar bastante na organização", diz Aguilar.
Em 1994, Farias atuou como curador de um dos módulos da exposição "Bienal Brasil Século 20" e organizou o seminário entre críticos internacionais, realizado paralelamente à 22ª Bienal Internacional de São Paulo.
Para 1995, Aguilar e Farias têm que organizar a participação do Brasil nas bienais de Johannesburgo (África do Sul) e Veneza (Itália), em fevereiro e junho.
Além disso, montarão exposições temporárias no "espaço museológico" do terceiro andar.
O candidato Edemar Cid Ferreira diz que a reeleição é importante para dar continuidade ao trabalho. "Tivemos de trabalhar com muito pouco espaço de tempo nas exposições do ano passado."
Ferreira assumiu em fevereiro de 1993, depois de uma crise que levou à renúncia da direção anterior, presidida por Maria Rodrigues Alves. A diretora foi acusada de usar materiais e mão-de-obra da Bienal em obras particulares.
"E quando cheguei aqui", diz Ferreira, "o prédio já estava alugado para diversos outros eventos ao longo do ano." Afirma como exemplo que a Bienal do Livro, realizada em agosto de 94, atrapalhou a organização da 22ª Bienal Internacional para outubro.
Ferreira diz que vão ocorrer poucos eventos não-culturais (o pavilhão já abrigou feiras de informática, industriais e móveis, por exemplo) daqui por diante.
Para 1995 estão sendo planejadas, além das participações brasileiras nas bienais estrangeiras, a Bienal da Criança, em outubro, e a 3ª Bienal Internacional de Arquitetura, em novembro.
Alguns livros devem ser lançados em 95. O principal é sobre o próprio Niemeyer, de quem a fundação fará retrospectiva com maquetes na Bienal de Veneza.
Para 1996 estão programadas a 23ª Bienal paulista –que deverá trazer obras dos pintores Francis Bacon e Joan Miró–, a Bienal da Dança, uma Feira Mundial de Design e uma Mostra de Arte Têxtil. Existe ainda um projeto para uma Feira Internacional de Moda.
Também em 1996 deve ficar pronto um anexo ao prédio. O anexo foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, autor do pavilhão do parque Ibirapuera, onde a Bienal se abriga. Nele deverá funcionar um centro cultural, com espaço para exposições, auditórios, restaurante e livraria.
O mandato da diretoria da Bienal é de dois anos.

Texto Anterior: "Bonanza" volta em nova versão nos EUA
Próximo Texto: Robert Redford cria canal para independentes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.