São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995 |
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Colônia japonesa vive clima de apreensão
ROGERIO WASSERMANN
Alguns lugares se transformaram em centros de informações para estas pessoas. Os jornais da colônia japonesa receberam muitas pessoas atrás de notícias. Suely Utiyama, 29, tem um irmão e a mãe morando em Kobe. Seu irmão, Luis Cláudio Utiyama, 22, está em Kobe há três anos, trabalhando na fábrica de motos Kawasaki. Sua mãe, Tsugue Utiyama, 50, trabalha na construção civil em Kobe, há apenas seis meses. Suely passou por várias entidades e associações da colônia japonesa, mas não conseguiu localizar seus parentes. "Ninguém tem nenhuma informação. É impressionante, porque já estão transmitindo pela televisão imagens diretas de Kobe, mas nós não conseguimos contato por telefone", afirma Suely. Suely está tentando desde a noite de segunda-feira ligar para Kobe, sem sucesso. "Uma mensagem diz que as linhas estão interditadas", afirma. "Minha mãe e meu irmão moram na área mais atingida pelo terremoto, no centro da cidade. Estou muito preocupada, não consigo falar com eles", afirma Suely. Edna Kobori, 35, também fez sua peregrinação pelo bairro atrás de notícias. Ela morou quatro anos em Kobe, entre 86 e 90, estudando administração de empresas. "Queria informações sobre meus amigos daquela época. É impossível saber de alguma coisa agora", disse Edna. "Alívio" Algumas pessoas tiveram mais sorte e conseguiram contatos com os parentes de Kobe. "Minha filha me ligou oito horas depois do terremoto e disse que está tudo bem com ela. Foi um alívio", afirmou Yutaka Issaka, 63, mãe de Suely Issaka, 28, que está há nove meses em Kobe estudando artes plásticas. Texto Anterior: Time japonês antecipa volta Próximo Texto: 'Nós estamos passando fome' Índice |
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