São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995 |
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'Estamos passando fome', diz estudante
ROGERIO WASSERMANN
O pai de Lumy, Tamotsu Sawaki, 74, diz que ficou muito preocupado ao saber do terremoto. "Meu cunhado, que mora em Tóquio, me ligou avisando. Ainda não tinha falado com Lumy." Ela ligou depois de meia hora, dizendo que estava muito assustada, mas bem. Folha - Qual é a situação atual em Kobe? Lumy Sawaki - A cidade está um caos. Todos que podem estão saindo de Kobe. Estamos com medo de outro tremor. Desde o primeiro, houve vários mais fracos. O maior problema é achar comida e água. Estamos passando fome, porque as pessoas avançam nas poucas lojas onde há um pouco de comida. Estamos tentando manter a calma, mas está difícil. Folha - Vocês estão recebendo ajuda do governo? Lumy - Algumas vezes por dia chegam alguns caminhões-pipa. Mas não mandam comida. Eles devem estar priorizando regiões mais afetadas que a nossa. Folha - Você tem notícias de outros brasileiros em Kobe? Lumy - As comunicações estão difíceis. Sei de muita gente que perdeu a casa, mas graças a Deus não sei de ninguém que tenha sofrido algum ferimento grave. Espero que nada de grave tenha acontecido. Folha - O que aconteceu com você na hora do terremoto? Lumy - Os tremores aconteceram muito cedo, ainda estava escuro. Eu tinha acabado de acordar, estava me preparando para sair. Ouvi um estrondo muito forte e logo depois começou a tremer. Parecia uma eternidade. Folha - O prédio onde você está sofreu algum dano? Lumy - Eu moro em uma área nova da cidade, onde as construções foram feitas para resistir a terremotos. Meu prédio não teve muitos problemas. Texto Anterior: 'Nós estamos passando fome' Próximo Texto: Comunidade vive apreensão Índice |
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