São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Juiz pode decidir pelo adiamento do julgamento de O. J. Simpson

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O início da fase final do julgamento do ator e ex-jogador de futebol O. J. Simpson, previsto para hoje, pode ser adiado.
O juiz do caso, Lance Ito, ontem interrogava os jurados para checar se algum deles seria desqualificado por ter recebido via meios de comunicação qualquer informação sobre o julgamento.
Se isso acontecer, substitutos terão de ser escolhidos, o que poderá provocar o atraso.
Além disso, até as 14h locais (20h em Brasília), Ito ainda não havia resolvido se evidências sobre agressões de Simpson contra sua ex-mulher seriam admitidas como provas contra o réu.
Simpson é acusado das mortes da ex-mulher, Nicole Brown, e de um amigo dela, Ronald Goldman. Ele alega inocência. Se for condenado, a pena máxima pedida pela promotoria é de prisão perpétua.
O juiz Ito negou ontem pedido da defesa para que as famílias das vítimas fossem proibidas de acompanhar o julgamento no tribunal. Ito decidiu que os familiares de Brown e Simpson poderão assistir à maior parte do julgamento.
Mas quando testemunhas estiverem depondo sobre assuntos a respeito dos quais eles serão chamados a depor, terão de deixar o tribunal. Também não poderão assistir a esses depoimentos pela TV.
Outra decisão de Ito ontem foi a de limitar as visitas que Simpson tem recebido na cadeia. A polícia de Los Angeles acusou o réu de ter se reunido 12 vezes com o co-autor de seu livro sobre o assassinato, sob a falsa alegação de que ele seria testemunha material.
Os três principais advogados de defesa de Simpson entraram juntos ontem no tribunal, numa tentativa de demonstrar que as diferenças entre eles estão superadas.
O líder da equipe, Robert Shapiro, e seu ex-mentor, F. Lee Bailey, trocaram acusações públicas na semana passada. Shapiro diz que Bailey vazou informações sobre o caso para jornalistas.
O terceiro principal advogado de defesa, John Cochrane Jr., atuou como mediador para acabar com o desentendimento entre os colegas. Calcula-se que Simpson já tenha pago US$ 1,5 milhão a seus advogados.
Os promotores revelaram ontem que a primeira mulher de Simpson, Marguerite, também foi vítima de espancamentos do ex-jogador. Pelo menos uma vez, segundo a promotoria, ela deu queixa contra Simpson à polícia.
Marguerite está lutando na Justiça para não ser testemunha no julgamento do ex-marido. Mas os promotores insistem em convocá-la. Marguerite e Simpson foram casados entre 1967 e 1979 e têm dois filhos.

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