São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Prejuízos podem chegar a US$ 200 bi

STEVEN BRULL
DO INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE

As estimativas do custo econômico do terremoto aumentaram, passando de um mínimo de US$ 20 bilhões a até US$ 200 bilhões. Mas economistas disseram que o impacto sofrido acabará sendo ligeiramente positivo.
As divergências refletiam incerteza sobre a extensão dos danos, além de divergências em relação à forma de avaliar efeitos secundários numa economia regional cuja produção equivale à do Canadá.
Enquanto alguns economistas calculavam apenas o custo de substituição das estruturas destruídas, outros procuravam projetar o valor da produção perdida e dos novos investimentos que virão.
"O custo da reconstrução deverá ser superior a 10 trilhões de ienes (US$ 10 bilhões)", disse Johsen Takahashi, do Instituto Mitsubishi de Pesquisas. "Mas pode subir para 20 trilhões se se levar em conta o custo da substituição de residências e da malha viária destruídas por estruturas mais seguras".
Jesper Koll, da JP Morgan, fez estimativas menores do custo, entre 4,5 e 6 trilhões de ienes. Koll afirmou que os danos se restringiram a uma área que seria mais comercial do que manufatureira.
Apenas um punhado de linhas de produção foram fechadas, na maior parte dos casos para se fazer uma avaliação dos danos. É pouco provável que o fechamento do porto de Kobe represente um problema logístico insuperável.
Outros economistas fizeram estimativas, mas reconheceram que há muita incerteza. "Tantos palpites estão sendo dados que nem sequer podemos acreditar em nossas próprias cifras', disse Ron Bavacqua, da Merrill Lynch Japan.
Mas há consenso generalizado de que o risco negativo para a economia mais ampla é nulo.
"Embora ainda não se conheça a escala dos danos, nossa empresa não prevê que o tremor vá exercer impacto negativo significativo sobre a economia e o sistema financeiro", disse a companhia de avaliação de investimentos Moody.
"É cedo para determinar se atividades de reconstrução terão efeito positivo sobre a economia japonesa, como aconteceu no terremoto de Northridge, na Califórnia".
A curto prazo a economia regional vai sofrer um grave revés, mas a longo prazo os gastos com infra-estrutura vão funcionar como estímulo. As estimativas do aumento do PNB variavam entre 0,6 e 1,5% do PNB no decorrer de uma fase de reconstrução que se estenderia até o final de 1996.
(SB)

Tradução de Clara Allain

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