São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Protesto de motoristas pára avenidas de São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas e cobradores de São Paulo repetiram na manhã de ontem a "operação tartaruga", reduzindo a velocidade dos ônibus nas faixas exclusivas das avenidas Rebouças, Paulista e Domingos de Moraes, entre 6h e 9h20.
Em reunião ontem à tarde com o secretário municipal dos Transportes, Walter Coronado Antunes, o sindicato dos motoristas e dos cobradores decidiu suspender a operação até segunda-feira, quando está prevista nova negociação.
Durante o protesto de ontem, os ônibus trafegaram entre 10 km/h e 20 km/h em fila única, aumentando o tempo de viagem.
O estudante de economia Plínio Vicente Ceccon, 22, irritado com a lentidão do trânsito, chutou a porta traseira de um ônibus para descer na avenida Paulista e acabou quebrando o vidro.
"Queria descer e como o motorista não abriu a porta, tentei forçar. Não tinha intenção de quebrar o vidro", disse Ceccon, que alegou estar atrasado para o trabalho.
Após o incidente, o estudante ainda perdeu mais tempo para chegar ao trabalho, conversando com o motorista e um policial militar sobre o pagamento dos danos.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 12 km de congestionamentos nessas avenidas e nas ruas próximas.
A "operação tartaruga" começou por volta das 6h. O carro de som do sindicato iniciou o comboio de ônibus na esquina das avenidas Brasil e Rebouças, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).
Os ônibus, em fila, seguiram pelas avenidas Rebouças, Paulista e Domingos de Moraes até chegar, às 9h20, à estação Ana Rosa do metrô, ponto final do protesto.
Segundo o sindicato, cerca de 1.200 ônibus participaram do comboio. Segundo a CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), apenas 315 ônibus circulam pelo trajeto entre 6h e 9h20, a uma velocidade média de 28 km/h.
O sindicato adotou a "operação tartaruga" como opção às greves, que, segundo seus diretores, seriam mais prejudiciais aos passageiros. Outro motivo é que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) julgou como ilegais as últimas greves dos motoristas, o que dava margem a demissões.

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