São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995 |
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Família Villares cede controle do grupo
NELSON BLECHER
Uma negociação acionária entre herdeiros do septuagenário grupo possibilitou que a Acesita e a Sul América ingressassem na sociedade com participação de, respectivamente, 31% e 20%. Na nova composição acionária, três membros da família –entre eles Paulo Villares, presidente do conselho de administração– passam a deter 32,6% das ações. "Vira-se uma página de nossa história", disse ontem o empresário Paulo Villares. "Somos agora uma empresa de controle acionário compartilhado. Não há forma melhor de assegurar uma administração mais profissional e eficiente". A empresa foi fundada em 1918 por Carlos Dumont Villares, em sociedade com um escocês, para zelar pela manutenção de elevadores. A família detinha majoritários 78,9% do capital votante. Sete acionistas cederam a Paulo e dois parentes (Elisa Villares Lenz Cesar e Mário Ramos Villares) a opção de compra correspondente à participação societária de 47,98% das ações ordinárias. Os valores não foram revelados. Esse lote de ações e outras negociações em curso abriram o caminho para a entrada dos dois grupos. "Foi uma bela oportunidade de investimento", disse Felipe Cavalcanti, do grupo Sul América. Privatizada há dois anos, a Acesita, que também atua no ramo do aço, incorporou a Eletrometal e a Sifco, uma forjaria. "Esse negócio é coerente com nossa estratégia", declarou Wilson Brummer, seu presidente, ao acrescentar que vai votar a favor da permanência de Paulo Villares no cargo que ocupa atualmente. O presidente do conselho de administração disse que o endividamento do grupo, calculado em US$ 284 milhões, está sendo equacionado graças à venda de imóveis e terrenos e uma associação com a suíça Schindler, fabricante de elevadores. A Schindler, segundo afirma, deve investir US$ 92 milhões e passará a deter 49% na sociedade com a Elevadores Atlas. O patrimônio imobiliário é estimado em R$ 180 milhões. Com 10,5 mil funcionários, a Villares faturou cerca de R$ 700 milhões em 1994 (R$ 500 milhões provenientes de aços não-planos), o que representa crescimento de 12% a 15% em relação a 1993. Texto Anterior: Bolsas de Valores caem com 'efeito México' Próximo Texto: Brasil promete câmbio estável a Menem Índice |
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