São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Índice

Brasileiros mortos já são pelo menos 7

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BASTOS E DA REDAÇÃO

Mais quatro brasileiros mortos no terremoto no Japão foram reconhecidos ontem. Até o momento, são sete brasileiros com morte confirmada.
Os mortos são Aparecida Esteves de Oliveira da Silva, 33, o filho Wellington Mitsui Esteves da Silva, 4, e Cleuza Longo da Silva. Eles estavam em Kobe.
A quarta vítima é Maria Cristina Hirata, 26. A morte foi confirmada pelo cunhado Ronaldo, 19, que mora em São Paulo.
Hirata estava havia quatro anos no Japão e trabalhava numa fábrica de alimentos de Kobe. Ela ficou cinco horas sob os escombros do prédio onde morava com seu marido, Ricardo, 25. O corpo dela será cremado dia 23, no Japão.
O cônsul do Brasil em Nagoya, Antônio Alvarenga, disse que seis dos corpos estão no necrotério de Kobe à espera de autópsia.
Os familiares próximos das vítimas no país devem decidir se os corpos serão cremados ou transportados para o Brasil.
Aparecida e seu filho eram de Bastos, cidade do noroeste paulista (a 557 km de São Paulo).
Eles estavam havia 28 dias no Japão. Aparecida trabalhava com o marido, Sidney Mitsuyuki Antunes da Silva, 34, na indústria Itagobio, que produz embalagens térmicas para refeição.
A notícia da morte foi transmitida ontem por Sidney aos parentes da Aparecida. Ele relatou que encontrou apenas os escombros da sua casa, em Kobe, quando chegou do emprego.
A sua mulher trabalhava durante o dia. No momento do terremoto, ela estava em casa com o filho e outros parentes.
A decisão de trabalhar no Japão foi tomada depois de insistência de Aparecida, segundo disse o irmão Ademir Esteves de Oliveira, 35.
Deixou o emprego de 12 anos na Tecelagem Bratac, em Bastos, para ir ao Japão. Escreveu uma única carta ao irmão, que a recebeu anteontem.
Cleuza Longo da Silva, casada com um irmão de Sidney, também morreu. Ela morava na mesma casa do cunhado em Kobe. No Brasil, morava em Itirapina (217 km a noroeste de São Paulo).

Texto Anterior: Premiê quer rever construções
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.