São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Para Maciel, calendário explica as dificuldades

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O vice-presidente Marco Maciel disse ontem em Recife que a falta de articulação política entre o governo e o Congresso "é um problema de calendarização".
"O que acontece é que o governo se instalou em janeiro e o novo Congresso só se inicia em fevereiro", explicou. Para Maciel, questões que surgiram nesse período se devem "simplesmente a essa dessintonia de calendários".
"É um problema de metabolismo de funcionamento entre o Legislativo e o Executivo", afirmou.
Segundo o vice, "é natural que aqui e acolá possa parecer que estamos enfrentando dificuldades".
Maciel acredita, porém, que o processo político "tomará seu fluxo normal" a partir da definição pelos partidos das novas Mesas da Câmara e Senado e de suas lideranças.
"Nossa base parlamentar é sólida, posto que nasceu das urnas", disse. "O governo detém maioria sólida nas duas Casas", afirmou.
Maciel calcula que o governo terá o apoio de 60% do Legislativo, percentual que "permite inclusive a reforma constitucional".
Maciel disse que Fernando Henrique está no "caminho correto" ao anunciar o veto ao salário mínimo de R$ 100,00, aprovado pelo Congresso.
"Ao anunciar o veto, FHC quis dizer claramente que será com a preservação do Real vamos gerar mais empregos e melhorar os salários", afirmou.
Para o vice-presidente, a decisão do veto não desgasta o governo. "Desgastante seria impedir o desenvolvimento e a volta da inflação", declarou.
Maciel anunciou ainda que o governo está disposto a conversar com os partidos de oposição sobre a reforma da Constituição.
Disse também que, ao aprovar a anistia ao senador Humberto Lucena, FHC quis apenas respeitar uma decisão do Legislativo.

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