São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Dallari negocia com revendas se ágio acabar

ARTHUR PEREIRA FILHO; FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo aceita negociar com revendedores de veículos prazos maiores de financiamento para automóveis e mudanças nas regras dos consórcios. Condição: o fim do ágio no carro "popular".
A afirmação foi feita pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, após se reunir ontem, em São Paulo, com representantes das concessionárias.
"É só acabar o ágio e negociamos", disse Dallari.
Revendedores pediram ampliação do prazo de financiamento na compra do carro usado para pelo menos 12 meses.
Eles querem autorização para formação de grupos de consórcio de até 50 meses. Para o carro "popular", os grupos seriam obrigatoriamente de 50 meses.
No final de outubro, o governo limitou o financiamento para três meses. A medida provocou queda de até 70% nas vendas de carros usados.
Alimentos
Dallari reuniu-se ontem com representantes da indústria de alimentos para iniciar um planejamento anual de toda a cadeia produtiva do setor.
O objetivo é evitar desabastecimento e aumentos de preços abusivos em produtos que passam por entressafras ou sujeitos à sazonalidades.
O governo trabalha com expectativa de crescimento de 5% do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país) em 95.
O secretário entregou para Edmundo Klotz, presidente da Abia (associação do setor), uma lista com nomes de oito empresas que estariam cobrando preços "inadmissíveis".
Dallari não revelou nomes nem os índices de aumentos e pediu a Klotz explicações.
Klotz afirmou que a indústria vendeu mais 9% em volume nos primeiros dez dias de janeiro em comparação com janeiro de 94.
O empresário também recebeu um estudo sobre aumentos de fretes –que, segundo o setor, teria subido até 60% seus preços de julho até hoje, causando pressão nos seus custos.
Queijo
O Imposto de Importação do queijo continua 2%. Embora a safra do leite já tenha começado, o governo não pretende elevar a alíquota, disse Dallari.
A Associação Brasileira da Indústria do Queijo reivindica alíquota de importação entre 14% e 16% (dependendo do tipo do produto).
Para Dallari, o preço do queijo nacional ainda está muito elevado. "Quando o preço cair para R$ 1, voltamos a conversar".
(Arthur Pereira Filho e Filomena Sayão)

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