São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995 |
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Mulher recebe notícia no avião
RENATO KRAUSZ
Karem Cristiane Mieko Moroshima, 18, já estava dentro do avião, que tinha previsão para decolar à 1h10 de ontem, quando à 1h05 seu irmão, Lincoln Moroshima, 20, chegou ao aeroporto de Cumbica (São Paulo) com a notícia do desabamento. Ele recebeu às 23h de anteontem uma ligação da empresa onde o cunhado, Paulo Azevedo, 22, trabalha em Shiga Ken (cidade próxima a Kobe), informando que o prédio caiu, mas que Paulo estaria bem. Karem veio passar o Natal com os pais e estava voltando para Japão. Ela mora a duas quadras do marido, em outro alojamento. "Se a casa dele caiu, a da minha filha deve ter caído também", disse a mãe de Karem, Antonieta Myura. Karem saiu do avião chorando e não conversou com a reportagem. No vôo de ontem, embarcou a delegação do time japonês de juniores. Dos 29 integrantes da delegação, 6 têm parentes em Osaka, também atingida pelo terremoto. Visita ao neto A japonesa Yukiko Mayeda, 64, há 63 anos no Brasil, embarcou ontem para o Japão. Ela vai saber do neto, Sidney Akio Mayeda, 20, que está internado, vítima do terremoto. Sidney mora há dois anos em Hashia (próxima a Kobe), onde trabalha na fábrica de tubos Benkan. Sua casa desmoronou. Segundo Ademar Mayeda, 40, tio do rapaz, o teto da casa caiu quando Sidney ia ao banheiro. "Como ele estava em pé, a queda afetou a coluna vertebral." Segundo a família, Sidney deve ser operado hoje ou amanhã. No vôo de ontem também embarcou o japonês Shoji Nasu, 47, que veio ao Brasil a trabalho. Ele deveria voltar no dia 11 de fevereiro, mas antecipou a viagem pois sua casa em Kobe caiu. Por sorte, sua mulher e três filhos não se feriram. Texto Anterior: Vítimas usam computador Próximo Texto: 'Pensei que o prédio ia cair' Índice |
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