São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Governo paga sem saber se funcionários existem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Administração e Reforma do Estado fez o pagamento a 16 mil servidores sem saber se eles existem e o que fazem.
A secretária-executiva do Ministério, Cláudia Costin, disse que o governo não cortará o pagamento de salários de fevereiro para não punir servidores indiscriminadamente."Há um risco muito grande de parar de pagar funcionários que trabalham regularmente", disse.
Estima-se que existam 586.900 servidores em atividade na administração direta. O Ministério só recebeu informações sobre cerca de 570 mil no recadastramento feito no governo Itamar.
O processamento das listagens dos órgãos deve estar pronto hoje. Costin disse que agora está verificando quantos funcionários "fantasmas" existem num universo de 16 mil servidores não-recadastrados junto ao governo.
O corte dos salários pagos irregularmente será em maio, quando o Ministério terminará a checagem dos dados fornecidos pelos órgãos. Nas duas primeiras semanas de fevereiro, os servidores terão novo prazo para recadastramento.
Segundo a secretária-executiva, parte desses 16 mil servidores de paradeiro desconhecido pode não ter feito o recadastramento por estar fora do país (bolsistas ou servidores em missão no exterior).
Ela também prevê casos de funcionários licenciados sem remuneração ou de universidades que não forneceram informações. Segundo ela, pode também haver funcionários "fantasmas" aparentemente regulares, que se recadastraram com documentação falsa.
A checagem dos dados inclui conferir o número do CPF junto à Receita Federal e do PIS junto ao Banco do Brasil. O governo tentará a devolução de salários pagos a "fantasmas". Também pedirá investigações das secretarias de controle interno dos ministérios para apurar irregularidades nas folhas de pagamento.

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