São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Saúde de SP gera disputa entre Estado e prefeitura

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A implantação do plano de saúde defendido pelo prefeito Paulo Maluf atropela o programa anunciado em campanha pelo governo paulista do PSDB. O choque também envolve o ministro Adib Jatene, que não abre mão do SUS, Sistema Único de Saúde.
Os dois secretários da Saúde –José da Silva Guedes, do Estado; e Getúlio Hanashiro, do município– vêm evitando um confronto direto, mas uma espécie de guerrilha já foi iniciada.
O PAS -Plano de Atendimento à Saúde da prefeitura– cria carteirinhas para os pacientes e estabelece que cooperativas de médicos e funcionários administrarão os hospitais e postos de saúde.
O programa do PSDB pretende a municipalização dos serviços da capital e a implantação de um plano de saúde para a Grande São Paulo em conjunto com suas prefeituras. As duas propostas atendem aos princípios estabelecidos pelo SUS.
Assessores da Secretaria Estadual da Saúde disseram que o plano da prefeitura "tromba" com as propostas do governo paulista. O secretário Guedes não quer falar sobre o plano de Hanashiro.
Os dois fizeram parte do mesmo secretariado na gestão do prefeito Mario Covas. Ao participar da administração Maluf, Hanashiro acabou rompendo com o PSDB.
"Se os dois secretários se desentenderem, a saúde da cidade vai padecer ainda mais", avalia um assessor. No sábado, Guedes atacou em território adversário: acompanhado do ministro Adib Jatene, ele visitou o hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste. O hospital pertence à prefeitura. Hanashiro não estava presente.
Segundo a assessoria de Guedes, ele e o ministro visitaram o hospital a convite de entidades da região ligadas à saúde.
Hanashiro fez ontem a primeira reunião com diretores das administrações regionais de saúde e dos hospitais municipais.
Um dos assuntos era o plano de Maluf. O texto do decreto que cria o PAS ainda não foi divulgado.

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