São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 1995
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Burocracia atrasa demissões

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo Mário Covas agora responsabiliza a máquina burocrática do Estado pelo atraso nos cortes de pessoal e no afastamento de funcionários terceirizados (contratados através de empresas de prestação de serviços).
Ao contrário do que prometeu o governador, o Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A) ainda não começou a demitir funcionários.
Na última sexta-feira, Covas disse em entrevista que a empresa começaria a demitir cerca de 1.000 funcionários na segunda-feira.
Anteontem, ele voltou a dizer que seriam demitidos entre 1.000 e 1.500 funcionários. A Folha apurou que, até ontem à tarde, o departamento de pessoal do Dersa não tinha recebido nenhum comunicado para começar a dispensar seus funcionários.
Essa estatal tem hoje cerca de 2.000 funcionários próprios e 2.800 terceirizados. Todos os empregados da empresa são regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
O Dersa é uma empresa de economia mista que opera, fiscaliza e mantém rodovias.
Baneser
Outra meta do governo Covas, o corte de pessoal do Baneser, também está em ritmo lento.
Também em entrevista, Covas disse que pretendia afastar os 13.500 funcionários do Baneser (Banespa Serviços Técnicos e Administrativos S.A.) que prestam serviços ao Estado.
Até ontem à tarde, apenas 1.799 contratos entre o Baneser e o governo do Estado foram rompidos.
O secretário de Comunicação do governo Covas, Alexandre Machado, atribui a demora dos cortes à burocracia do Estado.
"A decisão pelos afastamentos está tomada e as demissões serão efetivadas", disse.
Segundo ele, podem ocorrer atrasos deliberados pelo Estado no afastamento de funcionários do Baneser que prestam serviços para entidades como a Febem (Fundação para o Bem-Estar do Menor).
Nesses casos, o governo estuda formas para substituir os funcionários sem prejudicar os serviços prestados.

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