São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995 |
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Investigação aponta falha no antibiótico popular
GILBERTO DIMENSTEIN; ALEXANDRE SECCO
O Ministério da Saúde decidiu manter os resultados sob sigilo, a fim de estudar a melhor forma de divulgação. Há o temor de que as descobertas causem pânico no meio médico, já que a ampicilina é um dos antibióticos mais usados. A ampicilina é o chamado antibiótico de largo espectro. Ela é adotada quando o médico não dispõe de um exame de laboratório que indique qual a bactéria responsável pela infecção. A ampicilina é "polivalente", age contra um grande número de bactérias. O problema do uso de antibióticos adulterados é que o paciente pode ter seu estado de saúde agravado. Um antibiótico adulterado é mais fraco e induz a criação de bactérias mais resistentes e mais difíceis de combater. A investigação das ampicilinas foi realizada pelos institutos Osvaldo Cruz e Noel Nutel (Rio); Adolfo Lutz (São Paulo); Funed (Minas Gerais); ISDF (Distrito Federal); IPB (Rio Grande do Sul) e Lacen (Paraná). Em São Paulo, por exemplo, de três amostras analisadas, uma estava em desacordo: encontrou níveis de ampicilina abaixo do necessário para enfrentar a doença. A pesquisa nacional das ampicilinas compreende o estudo de 28 tipos desse medicamento. Segundo a Folha apurou, "muitas" amostras apresentam falhas graves. O presidente da Associação da Indústria Farmacêutica, José Eduardo Bandeira de Mello, disse ontem que há "muito tempo" dispõe de informações sobre desvios em antibióticos. Ele conta que passou essa informação à CPI do Medicamentos, em 1993. Texto Anterior: Dois adolescentes e um jovem são baleados Próximo Texto: Jatene quer processo criminal contra remédios adulterados Índice |
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