São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Hans Staden percorreu a costa no séc. 16

SILVIO CIOFFI
DO ENVIADO ESPECIAL À SANTOS-RIO

Aquela tribo bronzeada que mostra seu valor no litoral entre São Paulo e Rio talvez não tenha se dado conta que já foi dia de índio (tupinambá) naquelas praias.
Hans Staden, aventureiro e cronista alemão do século 16, viveu esses dias e foi prisioneiro em Bertioga e Boiçucanga.
Staden –autor do clássico "Duas Viagens ao Brasil"– quase virou churrasquinho, até que escapou rumo à França, em 1555.
Nascido em Hessen, esse arcabuzeiro que virou escritor fez sua primeira viagem ao Brasil num navio português, em 1547.
Com presumíveis 22 anos, barba loira e ares de fidalgo, Staden esteve em Pernambuco e combateu os caetés e contrabandistas franceses de pau-brasil.
Fascinado pelo que viu, voltou em 1549 numa nau espanhola que foi a pique na costa catarinense.
Dois anos depois seguiu para o litoral paulista e naufragou, novamente, em Itanhaém. Foi então para São Vicente e se tornou encarregado do forte na barra da Bertioga.
Mas a vida desse cronista do país recém-descoberto sofreu outros reveses.
Capturado pelos tamoios, Staden viveu dez meses na iminência de ser devorado, até que escapou para retornar à Europa.
Seu livro, editado em 1557 e traduzido em 11 línguas, é criticado pela descrição ligeira da flora e fauna, mas é fonte essencial para o estudo da etnografia brasileira.

Texto Anterior: Carro alugado é alternativa
Próximo Texto: Surfe em Camburi tem visual garantido
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.