São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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MAM expõe gravuras de Isabel Pons

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Exposição: Isabel Pons - 50 Anos no Brasil
Onde: Museu de Arte Moderna do Rio (av. Infante dos Henrique, 85, Aterro, tel. 021-218-2188)
Quando: de hoje ao final de fevereiro; de terça a domingo, das 12h às 18h
Quanto: R$ 1

Em homenagem aos seus 50 anos de Brasil e às vésperas de completar 83, a artista plástica Isabel Pons ganha agora uma abrangente retrospectiva de seu trabalho como gravadora.
Nascida em Barcelona (Espanha) e naturalizada brasileira, Pons descobriu a gravura em 59 e, desde então, se tornou um referencial internacional nesta técnica das artes plásticas.
Para o jornalista e amigo Zollo Martínez de la Vega, diretor no Brasil da agência de notícias EFE, a maior contribuição de Isabel Pons para a gravura foi a introdução das cores. "Ela é comparável aos maiores gravadores de todos os tempos."

Pioneirismo
A coordenadora de Artes Plásticas do MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio, Denise Mattar, lembra que Pons foi uma das primeiras a produzir gravuras coloridas. Segundo ela, seus trabalhos intensamente coloridos geraram uma escola.
Com vários prêmios no Brasil e no exterior –entre eles os da Bienal de Veneza (1962) e Bienal de São Paulo (1971)–, Isabel Pons já teve seu trabalho comparado, pelo crítico espanhol Ramón Faraldo, ao de seus conterrâneos Joan Miró e Tapies.
Segundo Vega, a artista era uma retratista muito requisitada pela alta sociedade brasileira, antes de se dedicar à gravura. Um de seus quadros a óleo mais famosos é o do ex-presidente do Brasil Eurico Gaspar Dutra.
Com muita sensibilidade para compor cores e sombras, os temas de suas gravuras falam de pássaros, barcos, catedrais, cometas. A Rioarte selecionou 46 obras para esta retrospectiva.
Dois destaques: o "Nascimento de uma Borboleta", de 1965, em guache, com relevo, gravado em metal; e o premiado "Mutantes 3", de 1971, em técnica mista, com relevo, gravado em metal.

Roteiro
Promovida pela Prefeitura do Rio e pela Embaixada da Espanha, a exposição segue em março para o Museu de Arte de Brasília e, no final do ano, para Barcelona e Madri.
Os paulistas já puderam apreciar um pouco de sua obra, em 92, quando gravuras da artista foram expostas no Memorial da América Latina.
Incapacitada fisicamente de continuar a trabalhar e com problemas de audição, Pons foi homenageada pelo prefeito César Maia, que lhe entregou a medalha Pedro Ernesto. "Estou muito contente, muito feliz com a exposição", disse à Folha.

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