São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ainda os canadenses

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Passam os anos, que já vão para seis, mas não passa a pressão supostamente humanitária visando a libertação dos sequestradores canadenses do empresário Abílio Diniz, para a exasperação do âncora do TJ, Boris Casoy.
Até o primeiro-ministro do Canadá, em visita ao país, tomou a causa como sua prioridade e já "solicita a transferência dos canadenses" ao presidente. Fernando Henrique, constrangido, não responde, nem sim, nem não.
Falando à cobertura estrangeira, em inglês, esforçando-se no tom de oposição dos velhos tempos, ele lembrou que foi um homem sempre muito atento aos direitos humanos, o que aumentou ainda mais a revolta do âncora.
Boris Casoy também nada esqueceu nestes seis anos e lembrou no ar que um dos sequestradores manteve Abílio Diniz sob mira de bala o tempo todo. "A libertação desses canadenses será um incentivo ao sequestro no Brasil."

Números
Depois das cifras tortuosas da balança comercial, não há número do governo que alcance respeito na cobertura.
Muito menos quando vem o ministro da Fazenda, no rádio, dizendo estar surpreso com as exportações, que reagem depois dos incentivos feitos pelo governo.
Aproveitando a descrença geral nos números do governo, Paulo Paim, também ele, apareceu na CBN dizendo que há manipulação com o balanço da previdência.
Não haveria déficit e rombo, mas um superávit de R$ 1,8 bilhão. A informação é tão suspeita quanto aquelas do governo, já que serve aos seus interesses.
Ultimamente, os números, sejam eles oficiais ou não, são o que existe de menos objetivo, de menos matemático.

Cotidiano
A violência nos morros do Rio volta ao cotidiano. Não chama mais a atenção dos maiores telejornais, mas prossegue na pauta do Aqui Agora:
– Três homens com idades entre 18 e 20 anos foram encontrados mortos na manhã de hoje, na avenida Automóvel Clube, na zona norte do Rio. Segundo a polícia, os três foram executados por traficantes que lutam pelo controle do tráfico de drogas.
Três execuções, na zona norte, nada que merecesse maior atenção.

Texto Anterior: Roubo de carro-forte fere dois
Próximo Texto: CRISE DO PAPEL; ABI
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.