São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995 |
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Município do Ceará sente tremor de terra
VALÉRIA FEITOSA
O coordenador da Defesa Civil do Estado, João Alfredo, disse que os tremores não passaram de um grau na escala Richter. Ele afirmou que são registrados microtremores diariamente em Pitombeiras. Segundo o coordenador, são abalos sísmicos de origem tectônica (deslocamentos de rochas no interior da terra). Quase sempre são superficiais e de baixa magnitude. São sentidos em áreas restritas e quase nunca produzem danos materiais graves. O abalo de anteontem foi sentido por pessoas dentro de casa. Foram ouvidos ruídos semelhantes à passagem de um caminhão pesado, segundo descreveram. A Defesa Civil mantém quatro sismógrafos na região. O técnico Francisco das Chagas Brandão, responsável pela manutenção do equipamento, disse que o tremor de maior intensidade registrado no distrito ocorreu em 11 de agosto de 1994. Foi de 3,3 graus na escala Richter. O enfermeiro aposentado Edmilson de Souza Ferreira 52, que mora em Pitombeiras, disse que já está acostumado aos tremores. Ele afirmou, no entanto, que sente medo quando a intensidade é maior. "A gente não sabe o que é. Vê o terremoto do Japão na televisão e se for um tremor mais forte, dá para ficar apavorado", disse. Quase todas as casas do distrito apresentam rachaduras na parede. Ferreira colocou em sua casa armações de ferro e cimento nos cantos das paredes, mas novas rachaduras aparecem com frequência. Os técnicos da Defesa Civil fizeram em agosto do ano passado trabalho de esclarecimento entre a população de Pitombeiras. Deram palestras e distribuíram folhetos explicativos. Mesmo assim, segundo disse Souza, algumas famílias já saíram do distrito. "Eu mesmo só não saí ainda porque não encontrei quem comprasse minha casa", declarou. Texto Anterior: Paraná cria vilas para bóias-frias Próximo Texto: Empresa é acusada de dar golpe do telefone Índice |
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