São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Brasileiro consome 9,7% mais em 1994

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O desempenho das vendas no segundo semestre, marcado pela implantação do Real, garantiu a 1994 o título de melhor ano da década para o consumo brasileiro.
É o que aponta o mais recente levantamento da Nielsen Serviços de Marketing.
Apenas 6% descresceram e 10% permaneceram estáveis. O crescimento médio atingiu 9,7%.
Desempenho melhor que esse o mercado só conheceu em 1986, ano do Plano Cruzado, quando as vendas de praticamente a totalidade das cestas cresceram.
O grosso das vendas ocorreram no segundo semestre. Foi menor (65%) o percentual de categorias que apresentaram crescimento de volume no primeiro semestre.
E 14% delas ainda estavam em queda, em relação ao mesmo período de 1993.
Campeã nas gôndolas, a comercialização de fraldas descartáveis cresceu 77% sobre as 2,2 bilhões de unidades de 1993, quando o setor movimentou estimados US$ 200 milhões.
A redução da alíquota de importação de 20% para 2%, desde junho, aumentou a oferta de fraldas no mercado e forçou redução de preço na forma de promoções.
Foi um dos dez produtos que registraram aumento de consumo no mínimo 20% superior ao de 1993.
As vendas de iogurte cresceram 33% –o segmento, que penou devido à queda de 34% em 1992, conseguiu recuperar praticamente o patamar de volumes comercializados em 1991, ou seja, 250 mil toneladas.
Isso se deve, sobretudo, ao expressivo crescimento das vendas –superior a 40%, segundo a indústria– no segundo semestre.
O consumo de chocolate, outro produto apontado como "supérfluo", cresceu significativos 20%. Seguem-se, com índices pouco inferiores, leite com sabor (14%), suco de frutas (13%).
O consumo de bebidas achocolatadas, que movimentam US$ 150 milhões anuais, cresceu 12% em 1994.
Sem dar conta do aumento da demanda no segundo semestre um dos fabricantes, a Quaker, investe US$ 1,5 milhão para ampliar em 20% sua capacidade de produção.
Em 1994, o desempenho do consumo foi diametralmente oposto ao de 1992, quando 88% dos produtos pesquisados pela Nielsen registraram queda de 20%, em média, nos volumes comercializados.
Naquele ano, as vendas de cerveja declinaram 9%. Mas como o consumo repetiu, em 1994, a taxa positiva de 18% alcançada no ano anterior, já ultrapassou o patamar do início da década.
Também o consumo de preservativos masculinos no país ultrapassou o patamar de 1991. Os volumes comercializados cresceram 23% em 1994 –desempenho superior ao de 1993, quando as vendas aumentaram 10%.
Somente 13 produtos registraram queda de vendas no ano passado, entre eles sobremesa láctea, goma de mascar, mistura para bolos, vinho, conhaque e gim. A mais expressiva foi a de gelatinas (-12%).

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