São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Peru e Equador entram em conflito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As Forças Armadas de Equador e Peru estão em alerta desde a noite de anteontem após um incidente militar registrado na fronteira.
Os dois governos se acusam pelo incidente de quinta-feira na região da cordilheira do Condor. Não há registro de vítimas.
Na manhã de ontem, houve novas escaramuças na região, segundo o governo do Equador, também sem vítimas.
Blindados peruanos foram deslocados para a fronteira perto da cidade de Tumbes e o Conselho de Segurança Nacional estava reunido ontem em sessão permanente, sob comando do presidente Alberto Fujimori.
Doentes, crianças e idosos começaram a ser retirados ontem da cidade de Macará, no Peru. Eles estão sendo levados para Loja, que fica no interior do país.
Cada país tem uma versão para o que ocorreu no final da noite de anteontem.
Segundo comunicado da chancelaria peruana, um helicóptero equatoriano bombardeou um posto a 4 km da fronteira.
O Equador disse que a acusação contém elementos falsos. "Nenhum helicóptero peruano bombardeou posto algum", afirmou o chanceler Galo Leoro.
As Forças Armadas do país afirmam que interceptaram e repeliram a tiros uma patrulha de seu vizinho do norte dentro do território equatoriano.
"O Comando Unido relata que o incidente teve lugar dentro de nosso território. Não há informações de baixas do Exército após o enfrentamento", disseram as Forças Armadas.
O incidente de hoje foi semelhante, segundo o comando militar do Equador.
As posições já vinham sendo reforçadas após incidentes registrados nos dias 9 e 11 deste mês.
A disputa fronteiriça começou em 1942, quando o Protocolo do Rio de Janeiro redefiniu as fronteiras após a invasão peruana de 1941. Em 1960, o Equador declarou o tratado nulo, afirmando ter assinado sob pressão de tropas peruanas que ainda ocupavam seu território.
O foco de tensão é um trecho de 78 km de fronteira não demarcada na cordilheira do Condor (leia texto abaixo página).
Para tentar resolver a crise, o ministro das Relações Exteriores do Peru, Efraín Goldemberg, se reuniu com embaixadores dos países fiadores do protocolo (Brasil, EUA, Chile e Argentina).
Dois aviões comerciais do Peru foram impedidos de fazer escala no Equador e de sobrevoar o território aéreo do país.

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