São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995 |
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Disputa territorial já levou dois países à guerra
NEWTON CARLOS
A 9 de janeiro uma patrulha de quatro soldados peruanos foi capturada em território equatoriano e depois devolvida. No dia 11, outra, de dez homens, trocou tiros com soldados do Equador. A 13 de janeiro, o ministro do Exterior equatoriano protestou formalmente contra a invasão do Equador, enquanto o Peru procurava minimizar os incidentes. Um ex-comandante das Forças Armadas equatorianas, general René Vargas Pazzos, diz que incidentes entre patrulhas dos dois países acontecem com frequência e só se tornam sérios quando o Peru tenta avançar em território do Equador. Peruanos e equatorianos já guerrearam por causa de disputas fronteiriças não resolvidas, apesar de ambos terem assinado em 1942 o Protocolo do Rio de Janeiro. A assinatura foi conseguida por meio de duras negociações, depois de guerra em 1941 com emprego de tanques e aviões e ocupação pelo Peru da costa do Equador. Com o Protocolo, o Peru deu a questão por encerrada, mas não o Equador, com o argumento de que se tratou de imposição. A realidade é outra, no entanto. Nova e rápida guerra em 1981, quando o Peru denunciou a localização de instalações militares equatorianas em seu território. Os dois países concordaram então em completar a demarcação de 78 quilômetros de fronteiras na região andina da cordilheira do Condor, o que não foi feito até hoje. Na raiz do problema está a afirmação do Equador de que sempre será um país da Amazônia e as disputas envolvem o acesso equatoriano a partes amazônicas. Também há explorações nacionalistas de ambos os lados. Maneira de desviar a atenção dos graves problemas tanto do Peru como do Equador. Texto Anterior: Brasil tenta mediar crise Próximo Texto: Polícia argentina prende equipe de revista por simular atentado Índice |
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