São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Rede Vida de TV

Luciano Mendes de Almeida
A televisão, com a força da imagem colorida, é poderoso meio de comunicação: informa, coopera para transmitir conhecimentos e valores, sensibiliza o espectador para campanhas humanitárias, difunde arte e cultura, promove o esporte e oferece ao povo lazer, descanso das preocupações cotidianas e ocupação do tempo. Tudo isso dentro do próprio lar e a qualquer hora do dia. Tem ainda o poder mágico de colocar em sintonia milhões de espectadores, aproximando povos e raças.
No entanto, duas grandes falhas marcam muitos programas de nossos canais a apresentação de cenas violentas, que incentivam à brutalidade e até ao crime e o desregramento moral que solapa a honestidade, a consciência do dever, a fidelidade conjugal e familiar. São graves os detrimentos que daí se seguem, cresceram a violência e a confusão na ordem de valores morais. Essa situação é mais perniciosa quando atinge a infância e a juventude, deformando a educação recebida dos pais e na escola.
Que fazer para obviar esses detrimentos e assegurar os aspectos positivos da comunicação televisiva? O melhor modo de corrigir o erro é apresentar a beleza da verdade e do bem. É preciso educar a consciência para os valores que dignificam a vida. Abre-se, assim, para todos o desafio de aperfeiçoar nossas redes de televisão.
Estará, em abril, indo ao ar a Rede Vida. Veio para somar, na perspectiva dos valores éticos, cívicos e religiosos.
Como nasceu essa iniciativa? Em 1991, João Monteiro de Barros Filho, jornalista de Barretos, com larga experiência profissional, obteve a outorga de um canal de TV. Seu anseio era de oferecer uma TV, de inspiração e princípios católicos, a serviço da família brasileira. Constituiu a "TV Independente" e levou a proposta a conhecimento de seu amigo, o bispo de Barretos, d. Antonio Mucciolo. A semente estava lançada. Surgiram as primeiras adesões.
Em dezembro de 1992 foram apresentados os estatutos do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, Inbrac. Desde então passaram meses de intenso trabalho para conseguir sócios, obter recursos, convidar colaboradores.
A CNBB procurou oferecer seu apoio, respeitando a plena autonomia institucional dos 11 fundadores do Inbrac. Quase todas as dioceses estão interessadas em estações repetidoras. A sede, construída em São José do Rio Preto (SP) aponta para o céu com uma torre de 110 m. Daí partirá o sinal para o satélite da Embratel, abrindo a imagem para o Brasil.
A Rede Vida é fruto de muito idealismo e vontade de servir. Os primeiros recursos vêm de patrocinadores que por antecipação adquirem espaço comercial.
Iniciou a lista a Presidência do Banco Bamerindus, seguida pelo convênio com Interdate Systems & Technology, que ocupará para suas finalidades várias horas de programação diária. A grade de programas resulta da cooperação de geradoras católicas e equipes universitárias, reunindo Unda Radiodifusão Católica, UCBC, OCIC e outros grupos.
Em abril, ligue sua TV. Estarão aparecendo no vídeo as primeiras imagens da Rede Vida, a serviço da família, especialmente da criança e dos jovens.
Haverá espaço para programas populares e mensagens de vida e esperança à luz da palavra de Deus e do ensinamento católico. Desde cedo, os organizadores pediram a proteção de Nossa Senhora Aparecida para cumprir a nova missão. Pedem, também, a participação de cada um de nós. Eis aí uma causa que merece todo nosso apoio.

D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.

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