São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995 |
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China atrai 'deskasseguis' especializados
JAIME SPITZCOVSKY
Mas a ida de brasileiros à China está longe de ganhar a mesma importância do fenômeno registrado no Japão, que se tornou uma alternativa para trabalhadores do Brasil em busca de melhores salários. Quem aterrissa hoje em Pequim engorda a modesta lista de pioneiros a desbravar uma nova fronteira para o capitalismo implantado pelo Partido Comunista desde 1978. Com economia avançada e escassez de mão-de-obra, o Japão procurava trabalhadores sem qualificações para ocupar postos mais baixos na pirâmide social. Na China, acontece o contrário. País com a maior população do mundo, 1,2 bilhão de habitantes, o que não falta é mão-de-obra. "A China precisa de gerenciamento e conhecimento de capitalismo e economia moderna", diz Boniperti Oliveira, funcionário do setor comercial da embaixada brasileira em Pequim e há oito anos em terras chinesas. O Brasil começa a contribuir com seus especialistas de origem chinesa. Ele carregam a vantagem de conhecer o idioma e entender melhor os meandros da cultura de um pais marcado por cerca de 5 mil anos de história. A empresa brasileira Sadia enviou à China, por exemplo, o engenheiro e administrador de empresas William Tsui. A Corporação Financeira Internacional, instituição ligada ao Banco Mundial e que ajuda a China a implantar o capitalismo, nomeou o brasileiro Victor Yang para chefiar o escritório em Pequim. Uma das principais molas para empurrar o milagre da China surgiu com os investimentos de chineses que vivem fora do país. A diáspora, entre 85 e 94, respondeu por 70% do capital estrangeiro usado para alavancar uma economia que parecia condenada à estagnação no início dos anos 70. "O Brasil não aparece entre os principais investidores", diz Oliveira. Hoje, a participação tupiniquim se resume a pioneiros em administração e gerenciamento. Os empregadores dispostos a pagar salários vantajosos são apenas as companhias estrangeiras ou as sociedades mistas. As empresas chinesas ainda não acumularam munição suficiente para oferecerem pagamentos competitivos. Mas a tendência de crescimento da economia da China aponta para o aumento de ofertas a estrangeiros, em especial os de origem chinesa. E, entre eles, os brasileiros. LEIA MAIS Sobre brasileiros na China à pág. 3. Próximo Texto: Curiosidade leva irmãs a Hong Kong Índice |
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