São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995 |
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Venda a preço de custo ressurge em SP
CLÁUDIA RIBEIRO MESQUITA
Empresas como as construtoras Romeu Chap Chap, Ricci e Samir Dichy usam o sistema como forma de financiamento da produção e colocam novas ofertas no mercado (veja quadro ao lado). A imobiliária Fernandez Mera vende as unidades da Chap Chap e da Ricci. Na Samir Dichy, o negócio é feito na própria empresa. São imóveis de alto padrão, com preços de até R$ 320 mil. Nos primeiros 60 dias do Plano Real, quando a venda de imóveis registraram bom movimento, não houve negócios a preço de custo. A comercialização voltou a aparecer somente a partir de setembro. Confirmando essa tendência de retomada, o sistema responde hoje por 1,2% do mercado, contra 0,6% em 1993, segundo pesquisa do Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo). Pelo preço de custo, quem financia o imóvel durante a obra é um grupo de compradores. É possível comprar um apartamento com uma economia que pode variar de 10% a 40%, de acordo com empresários. "Na verdade, o proprietário é quem fica com o lucro da incorporadora", avalia Charles Nader, 49, diretor da Construarc, que costuma trabalhar com o sistema. A construtora vende a fração do terreno e cobra uma taxa de administração, que varia de 10% a 20% sobre o custo da obra. Quando a empresa é encarregada de escolher o terreno, montar o grupo e comercializar as unidades, pode haver a cobrança de taxa de incorporação. Nesse caso, varia de 1,5% a 3%, diz Charles Nader. Mas nem sempre a construção acaba sendo econômica. O custo final vai depender do tipo de personalização que o proprietário quiser, por exemplo, no acabamento. "Um imóvel vendido a preço de custo pode ser mais caro do que um vendido a preço fechado. Mas em função da qualidade, acaba saindo mais barato", afirma Élbio Fernandez Mera, 51, presidente da Fernandez Mera e da Fiabci-Brasil (Capítulo Nacional Brasileiro da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias). Mas se o comprador não tomar precauções pode ter problemas. Os principais cuidados necessários são a escolha de empresa idônea para tocar a obra e a disponibilidade de recursos dos proprietários. LEIA MAIS Sobre preço de custo na pág. 10-9 Próximo Texto: Santos lidera negócios com novos no litoral Índice |
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