São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Equador declara emergência

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Equador, Sixto Durán-Ballén, declarou estado de emergência na noite de anteontem por causa da tensão na fronteira com o Peru.
O comando conjunto das Forças Armadas do Equador anunciou que tropas peruanas atacaram anteontem pelo menos seis destacamentos fronteiriços equatorianos.
Seu colega peruano, Alberto Fujimori, viajou de surpresa durante a madrugada para a fronteira com o Equador. Tropas peruanas e equatorianas estão se concentrando na região depois de incidentes envolvendo soldados dos dois países.
Fujimori planeja "reunir-se com os comandantes militares da região", segundo um porta-voz.
Em pronunciamento em rede de rádio e TV, Durán-Ballén disse que as tropas peruanas atacaram vários postos de controle fronteiriço e que houve combates "durante todo o dia (anteontem)".
Ele pediu calma à população durante a crise. Em cumprimento à minha obrigação para com o país, tenho que declarar estado de emergência.
O anúncio dá a ele poderes especiais. Não estava claro até ontem que medidas o presidente equatoriano iria tomar.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gaviria, anunciou ontem que viajará ao Equador e ao Peru para mediar o problema junto aos presidentes dos dois países.
O comando conjunto das Forças Armadas peruanas informou que o governo coloca "especial ênfase" em que as ações militares "não se levem a cabo ao outro lado da fronteira, para assim evitar uma escalada da confrontação bélica".
Os peruanos afirmam que seu objetivo é se ater à linha de fronteira estabelecida pelo Protocolo do Rio de Janeiro, que estabeleceu os limites entre Peru e Equador em 1942. Ainda precisam ser demarcados 78 km da fronteira de cerca de 1.600 km.
Os problemas entre os dois países começaram nos dias 9 e 11 passados, quando se registraram incidentes perto do rio Cenepa, segundo versão equatoriana.
Helicópteros peruanos teriam entrado em território do Equador. Já os peruanos dizem que foram os equatorianos que abriram fogo primeiro. O rio Cenepa, segundo o Peru, se encontra todo em seu território.

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