São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Papéis trocados, mesmos chavões

MURILO GABRIELLI

Em "Assédio Sexual", Michael Douglas é Tom Sanders, diretor de empresa de software preterido em uma promoção. A indicada para o cargo é uma antiga namorada, Meredith Johnson (Demi Moore). Fogosa, a chefe chama o subordinado para uma reunião noturna e o canta. Sanders, a princípio entusiasmado, arrepende-se e decide ir embora. Frustrada, Meredith o ameaça. Seguem-se acusações mútuas de assédio sexual, que acabam na Justiça.
A inversão de papéis –mulher que detém o poder molesta homem fragilizado– busca tornar as teses de correção política simpáticas aos habituais agressores, colocando um deles no lugar da vítima.
A construção maniqueísta dos personagens –ele bom, ela má– e o machismo na caracterização de Meredith como mulher rejeitada acabam, porém, por individualizar a situação e, ao invés de gerar empatia, reforçar o preconceito.
Assédio Sexual (Disclosure. EUA, 1994). Direção: Barry Levinson. Com Demi Moore, Michael Douglas, Donald Sutherland. A estréia estava programada para quarta, 25. Salas e horários a confirmar.

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