São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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Calor inferniza motoristas paulistanos

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por causa do calor intenso, dirigir em São Paulo nas últimas semanas tem sido uma verdadeira tortura. Para suportar as altas temperaturas os paulistanos apelaram para roupas curtas, ar-condicionados e ventiladores.
"Saio com o mínimo de roupa possível, só ando com vidros abertos e ar-condicionado ligado. Se pudesse nem saía de casa", diz a estudante Estela Akimi Uema, 23.
O administrador de empresas Edvaldo Bruno, 36, é ainda mais radical: "Quando está muito calor tiro a camisa e fico só de short. Às vezes passo toda a manhã dirigindo. Se não fizer isso, derreto."
Quem tem carro com ar-condicionado sofre menos com o calor. O engenheiro Marcelo Tavares, 28, acha que a melhor maneira de vencer o calor é deixar o ar-condicionado ligado o tempo todo.
"Gosto de sair com camisa de manga comprida, mesmo no verão porque acho mais elegante. Por isso estou sempre com o ar ligado. Se o calor aumenta muito abro também os vidros e o teto solar para circular mais ar."
A contadora Margareth Racy Miguel, 31, tem ar-condicionado no carro, mas nunca usa. "Tenho rinite alérgica e se ligo o ar começo e espirrar. Para enfrentar o calor saio sempre de de camiseta, bermuda ou saia".
Como não pode ligar o ar, Margareth deixa os vidros abertos. "Morro de medo de assaltos, mas fico prestando atenção. Nas esquinas mais perigosas, fecho tudo."
O caminhoneiro José Carlos Almeida, 27, passa o dia inteiro dentro do caminhão. No verão, ele só anda de camiseta. "A vontade é de dirigir sem roupa. No meio da manhã, a cabine do caminhão vira um inferno e a impressão que tenho é de que estou sendo cozido."
O taxista Redevaldo da Silva, 49, só anda com os vidros "arreganhados" por causa do calor. Ele diz que apesar do risco de assalto deixa os vidros dianteiros abaixados para evitar "golpes de ar".
"Quando a gente deixa um vidro só aberto e faz uma ultrapassagem o carro perde estabilidade. Se os dois vidros estão abaixados, não tem problema nenhum", diz.
No verão, Silva pára de trabalhar às 13h e só volta a dirigir às 17h. "O calor é insuportável nesse horário. Prefiro ter prejuízo do que andar numa sauna ambulante."

O traje
Para a estilista Elisa Stecca, as mulheres que quiserem manter a elegância no calor devem tomar alguns cuidados: "Como não dá para deixar de suar, as mulheres não devem dirigir muito maquiadas nem com perfumes fortes".
Segundo ela, as roupas ideais para dirigir no verão são as feitas de algodão ou microfibra. "São mais fresquinhas e secam rápido."
Quem odeia ficar com a roupa amassada depois de dirigir, deve optar por tecidos de fibra natural e viscose, que amassam menos.
O administrador Rosival Santana, 40, diz que as mulheres "são privilegiadas" no verão porque podem usar camiseta e saias curtas em qualquer ambiente. "Tenho que usar calça e camisa. É um sofrimento. Nessas horas o bom é ser mulher." (Daniela Falcão)

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