São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Exército deixa comando da Operação Rio

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O Exército deixou o comando da Operação Rio e, como a Marinha e a Aeronáutica, só voltará às favelas cariocas em caso de necessidade extrema e convocado pelo governo estadual.
Desde sexta-feira, as Forças Armadas consideram encerrada sua participação em ações de ataque e ocupação de favelas dominadas por traficantes de drogas.
Agora, a responsabilidade pela repressão ao tráfico é da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio, dirigida pelo general da reserva Euclimar da Silva.
Ex-porta-voz da Operação Rio, o coronel Ivan Cardozo disse que "o combate ao tráfico de drogas volta ao comando da polícia estadual" e que ele não pretende mais dar entrevistas sobre o assunto.
"Isto já estava previsto. Estávamos na fase de transição. Agora, os militares só agirão eventualmente", disse Cardozo.
O convênio entre governo federal e governo estadual, que criou a operação, vigora até 3 de março.
Amanhã, o secretário Silva vai a Brasília discutir com o ministro da Justiça, Nelson Jobim, os novos rumos da operação e a criminalidade no Rio, principalmente o aumento dos casos de sequestro.
Por determinação do secretário, só invadirão as favelas os policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e dos Batalhões de Choque 1 e 2.
A fase de transição do comando da Operação Rio foi encerrada quando o Exército passou à Polícia Militar 705 soldados que trabalharam em ações nos morros.
O Exército decidiu não mais se envolver na repressão ao tráfico, a não com seu serviço de inteligência ou em grandes operações em que haja um pedido formal do governador Marcello Alencar (PSDB), 69, ao presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), 63.
Os militares admitem voltar às favelas em caso de "apoio social". Nessa hipótese, seriam enviados médicos, dentistas e engenheiros para atender favelados em ocupações feitas pela PM.
Desde o fim-de-semana, o Bope tem exercido nas favelas o papel que era feito por tropas militares.

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