São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Treinadores e jogadores da Itália querem adiar rodada

DA REPORTAGEM LOCAL

As Associações de Jogadores e Treinadores de Futebol da Itália solicitaram oficialmente ontem que não se dispute a próxima rodada do Campeonato 94/95, marcada para o próximo domingo.
O objetivo é protestar contra a morte de Vicenzo Spagnolo, 25, torcedor do Genoa, esfaqueado antes do jogo contra o Milan, anteontem em Gênova.
Sérgio Campana e Azeglio Vicini, respectivamente presidentes da Associação de Jogadores e da de Treinadores, querem que sejam tomadas medidas mais fortes para interromper o fenômeno da violência no esporte.
Ontem foi detido Simone Barbaglia, 19, acusado pela morte do torcedor do Genoa. A prisão de Barbaglia ocorreu em Milão. Ele foi transferido para Gênova. Sua identificação deu-se por fotografias tiradas da torcida do Milan logo após a partida.
Outras dez pessoas foram presas como co-responsáveis pela agressão a Spagnolo.
A violência de anteontem está causando polêmica na Itália.
O presidente da Federação Italiana de Futebol, Antônio Matarrese, é contra a paralisação do campeonato por uma rodada. "Não podemos aceitar que delinquentes e assassinos matem o futebol", afirmou ele.
O governo italiano também se mostrou contrário à não realização da rodada do próximo fim-de-semana.
O ministro do Interior, Antônio Brancaccio, afirmou que a paralisação seria contraproducente e "não levaria a lugar nenhum".
Brancaccio decidiu convocar o Comitê Nacional da Ordem e Segurança Pública para tomar novas medidas contra a violência no futebol.
O jogo Genoa e Milan foi interrompido no intervalo e vários programas esportivos cancelados anteontem como protesto pela violência entre torcedores.
Após a partida, os milaneses ficaram retidos dentro do estádio, porque os genoveses os aguardavam do lado de fora para vingar a morte de Spagnolo.

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