São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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A "zona da bola" mostra suas armas

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, a expectativa era pouca em relação ao Santos e ao São Paulo e olhaí: saltaram à frente e garantiram os primeiros três pontinhos.
No caso do São Paulo, melhor ainda. Faturou-os fora de casa, diante de um Araçatuba que –segundo me informam– está se estruturando para ser uma força na conferência oeste do Estado.
Sem Aglaia, Euphrosyne e Thalia, ou melhor, sem Djalminha, Amoroso e Luisão, as três graças, e com um futebol sem graça, levou a trinca na rua Javari.

A experiência do futebol italiano insinuou-se logo aqui na primeira rodada do Paulistão: a vitória em casa sai muito mais valorizada com os três pontos.

Guarani, Ponte Preta e XV de Piracicaba largaram na frente.
A "zona da bola", a região sudeste do Estado de São Paulo, mostra as suas garras. Fagulhas e pontas-de-agulha.

A média de gols foi muito boa: 2,6 por jogo. Mas foi melhor ainda: só houve um empate. Mesmo assim, com quatro gols (Novorizontino 2 x 2 Rio Branco).

Um erro precisa ser consertado: o técnico não pode pedir aos 17min um tempo que só usará, no mínimo, cinco minutos depois. É um intervalo muito grande.
O correto seria ele pedir até os 21min para usufruir entre 22 e 25min.

Com este gap de 5min, a tendência será de os técnicos não pedirem a paralisação no primeiro tempo, porque até os 20m o jogo (com raríssimas exceções) ainda está sendo estudado.

As três substituições dão uma margem de segurança imensa para os técnicos, que podem "arriscar" em duas e segurar uma para eventuais emergências.
Mesmo assim, só Mário Sérgio se valeu do recurso, entre os sete técnicos derrotados. O técnico de futebol continua sendo um ser basicamente conservador.

Houve muita aplicação de cartões vermelhos. Sete em oito jogos. Parece que o curso dos árbitros está fazendo efeito.
Os quatro que vi foram justíssimos: o do Vítor, do Corinthians, os do Edmundo e do Roberto Carlos, do Palmeiras, e o do Cláudio, do Guarani.
Olhando o lance isolado, pela TV, pode parecer que a expulsão do zagueiro do bugre foi uma penalização excessiva.
Ocorre que o juíz Silas Santana havia dado dois cartões amarelos, em dois lances imediatamente anteriores, e o jogo corria o risco de acabar em pancadaria.
O Cláudio insistiu na nota da violência. Foi expulso e o árbitro retomou o domínio disciplinar do jogo. Corretíssimo.
Muita gente que criticava o cartão azul, agora lamenta a sua ausência. "Born to be blue" (na voz do Chet).

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