São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995 |
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Isabel discute preconceito nos palcos
MARIANA SCALZO
Desde sexta-feira a atriz interpreta a escrava Anastácia no teatro João Caetano, no Rio, com texto e direção de Luiz Duarte. Anastácia é uma escrava negra de olhos azuis -Isabel teve que se adaptar às lentes de contato- que veio da África no século passado e foi levada a Salvador por um senhor de engenho. "A peça fala de como foi a vida de Anastácia e mostra por que o negro foi escravizado e por que deixou de ser", conta a atriz. Isabel define Anastácia como "força". "Todos tinham receio dela, por sua dignidade e caráter. Ela era um anjo." Exatamente por ser guerreira, a escrava sofreu vários tipos de tortura. Foi presa ao tronco, a mulher de seu senhor a cegou e, por ter o hábito de discursar incitando os escravos, foi condenada a usar a máscara de flandres. "A primeira vez que coloquei a máscara de metal na rosto tive uma crise de choro muito forte. É aflitivo", diz. A atriz considera muito importante a discussão sobre os negros. "O preconceito existe sim. Se as pessoas vêem um assalto, sempre acham que foi uma pessoa de cor. Está tudo errado." Para a trama de Silvio de Abreu, Isabel só tem elogios. "É uma ficção tirada da realidade. Tem de mostrar a vida sem agredir aqueles que assistem, e o Silvio conseguiu." "A Próxima Vítima" é a terceira novela de Isabel, que estreou como a Ritinha de "Renascer, em 94, atualmente reprisada na Globo. Depois de Ritinha, a atriz foi a vendedora Yone de "Pátria Minha", que abandonou na metade para viver a secretária Rosângela da atual novela das oito. Para 1996, a única certeza é a vontade de excursionar com a peça "Escrava Anastácia" pelas capitais do país. Texto Anterior: Nova novela das oito inaugura Projac Próximo Texto: Novo programa de Nelson Hoineff estréia no GNT Índice |
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