São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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De volta ao futuro

JUCA KFOURI
DE VOLTA AO FUTURO

Na Europa, enquanto rolam os campeonatos nacionais e as competições continentais com estádios invariavelmente cheios e gramados sempre impecáveis, três temas chamaram a atenção no mês de setembro: a rebelião ainda bem comportada da Uefa contra a Fifa do imperador João Havelange, a fundação da Associação Internacional de Atletas Profissionais, presidida por Diego Maradona, e o parecer do procurador geral do Tribunal de Luxemburgo, corte européia de Justiça para os temas da União Européia, dando razão ao jogador belga Jean Marc Bosman, que há cinco anos luta para se transferir ao futebol francês sem que haja necessidade de pagamento para seu ex-clube.
O procurador, que em 75% dos casos tem o parecer aprovado pelo Tribunal, qualifica de ``escravismo moderno" as relações entre clubes e jogadores europeus. E lá não tem Lei do Passe.
Aqui, setembro veio também repleto de novidades. Tantas que a coleção de jornais mereceu demorada atenção. Torcidas organizadas sob intervenção -aleluia!-, bingos levando grandes clubes à ruína, irregularidades fiscais na vida de um clube como o Palmeiras, o ministro Pelé pondo o dedo na ferida da Lei do Passe e o reitor da PUC esquentando o debate com um belo artigo nesta Folha, tudo levando a crer que os ventos que sopram na Europa, mais cedo ou mais tarde, acabam chegando ao patropi.
Teremos tempo de sobra para comentar com mais vagar cada um desses temas.
Susto mesmo foi saber que nem Corinthians nem Flamengo estrearam no Campeonato Brasileiro.
E que o Palmeiras voltou a a se organizar mais cedo do que seria razoável esperar. Aliás, com frequência, querem saber: o que a coluna tem contra o jogador Muller?
A resposta é sempre a mesma: nada. A não ser a indiferença que ele confunde com frieza, por mais que se argumente que ganhou quase tudo que disputou no São Paulo, etc e tal -até fazendo gol sem querer na decisão do mundial de clubes contra o Milan, em 93.
Pois bem. Agora a coluna faz a mesma pergunta com mão invertida: o que o craque Muller tem contra a coluna?
Porque é estranho saber ao voltar que ele tem feito a diferença e é o maior responsável pela ascensão alviverde. Será mesmo?
A partida contra o Grêmio mostrou que sim. Muller participou até pouco, mas deu o primeiro gol, foi espertíssimo no segundo e sempre tocou de primeira. Mostrou que nada tem contra a coluna. E vice-versa, estamos entendidos?

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