São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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França faz segundo teste nuclear

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A França realizou ontem seu segundo teste nuclear no Pacífico Sul desde que anunciou a moratória nas provas, em 1992.
À 0h30 de hoje em Paris (20h30 de ontem em Brasília), o Ministério da Defesa francês disse que o país tinha feito um teste nuclear no atol de Fangataufa. O ministério disse que a energia desprendida no teste foi inferior a 110 quilotons.
O teste anterior ocorreu no atol de Mururoa (a poucos quilômetros do de Fangataufa) no dia 5 de setembro e desprendeu energia inferior a 20 quilotons.
A bomba que explodiu em Hiroshima em 1945 teve energia equivalente a 18 quilotons.
Nota do Ministério da Defesa dizia que a explosão era para testar ``a segurança das armas".
Os testes deste ano quebraram uma moratória decretada pelo ex-presidente francês François Mitterrand em 1992. A retomada dos testes, anunciada pelo presidente Jacques Chirac, causou protestos em todo o mundo.
A França tinha tomado na manhã de ontem um navio do grupo ambientalista Greenpeace que estava próximo ao local, sem que ele tivesse invadido o limite territorial de 12 milhas náuticas. O grupo disse que o fato significava que o teste francês estava próximo.
A França diz que está conduzindo os testes para que possa, com as informações obtidas com o teste, simular novas explosões.
O país disse que vai realizar entre seis e oito testes nos dois atóis até maio de 1996.
O Greenpeace afirmou que o teste era um insulto à Polinésia Francesa (região dos testes).
Sindicatos e grupos separatistas da Polinésia disseram que uma nova onda de violência pode surgir na região. Na época do primeiro teste, houve vários incidentes relacionados com o teste.
O teste de ontem utilizou ogivas que provavelmente serão utilizadas em mísseis de submarinos franceses. O teste indicou um tremor de 5,5 graus na escala Richter (cujo máximo já registrado foi 9), segundo a entidade Pesquisa Geológica dos EUA.
Medida de entidade neo-zelandesa indicou tremor de 5,9 graus. O teste anterior teve 4,8 graus na escala Richter.
O primeiro-ministro japonês, Tomiichi Murayama, disse que o teste de ontem era ``extremamente lamentável".
O Fórum do Pacífico Sul, formado por 16 países também condenou o teste. A Austrália disse que chamou o embaixador francês no país para falar sobre a prova.
Protesto contra os testes reuniu 5.000 anteontem em Paris.

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